19.5.05

Treinador de Bancada

Para o Sporting, e para mim, a época acabou. Nem quero saber que ainda há um jogo por fazer. No balanço foi uma época do quase e em que numa semana tudo foi ao ar. Nada a que não estejamos habituados, mas este ano podíamos ter chegado ao céu e…foi quase.
Peseiro conseguiu, é certo que só a partir de meio do campeonato, que a equipa jogasse bom futebol, sem dúvida o melhor de Portugal. Fraco consolo. Mais do que a equipa, quem falhou nestes dois jogos foi Peseiro que, depois de conseguir quase tudo, borrou a pintura com asneiras incompreensíveis.
No jogo da Luz entra sem ponta de lança, supostamente deixando Sá Pinto – que não entendo como ainda pode ser titular regular no Sporting – como jogador mais avançado. Claro que não resultou e o Sporting foi absolutamente inofensivo. Até admito que se jogue para o empate, mas pode-se, e deve-se, segurar o jogo de outra forma sem permitir que a outra equipa ganhe confiança e avance no terreno. Foi frango do Ricardo? Claro que foi. Foi falta? Talvez sim, mas não censuro o árbitro por não a marcar. Perdemos bem contra um equipa miserável que sem saber como – mas com vários apoios – ainda vai acabar campeã.
Ontem Peseiro voltou a inventar na equipa inicial. Enakarhire - que até é o melhor central do Sporting - vem de uma lesão e o normal era não ter ritmo de jogo – o que bem se notou na segunda parte –, enquanto Polga, que até já se cansou de disparatar, estava a jogar bem melhor. Tello é dos jogadores em melhor forma, seria justificado remetê-lo a defesa esquerdo? Os russos tinham como maior perigo o contra ataque, facto que até eu que não estudei a equipa sabia, não seria de ter isso em conta? Em todos os cantos ou livres ficava Enakarhire sozinho contra o Love, claro que não podia dar bom resultado e no estádio foi fácil adiantar dois dos golos antes deles acontecerem. Foi confrangedor ver no estádio que equipa teve o jogo na mão e entrou na segunda parte a vir a menos, ao mesmo tempo que Peseiro impassível no banco nada fazia. Parecia óbvio a todos que Custódio devia ter entrado para segurar o jogo pois Rochemback – para mim o melhor em campo – não podia ter pernas para aguentar o ritmo no ataque e na defesa. Lá à frente Sá Pinto foi um total zero durante todo o jogo e só saiu aos 71 minutos. Barbosa não estava em dia sim – e quando assim é já se sabe que é de esperar só meio tempo –, mas Peseiro parece que não viu e ele ficou até ao fim. Douala é – apesar de trapalhão – o desequilibrador do banco do Sporting e só entrou quando tudo estava praticamente perdido.
Peseiro transmite para o público, e imagino que também para os jogadores, uma imagem de nervos e de medo como se o mundo estivesse em vias de acabar. Peseiro teve um trabalho meritório durante a época mas mostrou numa semana aquilo que é, um treinador competente e esforçado, mas sem a garra e o rasgo de um Grande Treinador. Peseiro mostrou que com mediocridade não se chega lá, ficamos quase…