8.6.06

E não se pode bater-lhes

A Ministra da Educação anunciou ontem uma proposta para que as escolas do ensino básico tenham, obrigatoriamente, actividades extracurriculares, nomeadamente de Inglês, Educação Física e Ensino Artístico (em particular Música). A medida pode ser questionável por muitos motivos – se há dinheiro, se as escolas têm as condições físicas necessárias ou se há professores suficientes para acompanhar as actividades –, agora, pasme-se, qual foi o grande entrave posto pela inefável FENPROF: segundo este sindicato, a proposta é inaceitável porque esvazia os conteúdos de disciplinas já leccionadas em horário escolar! Quer dizer, o facto de uma escola passar a ter um coro, por exemplo, esvazia os conteúdos de Educação Musical onde se aprendem os rudimentos do solfejo; o facto de os alunos poderem ter horas de conversação informal em inglês, por exemplo, esvazia de conteúdos a disciplina onde os mesmos aprendem a gramática da língua de maneira mais formal; o facto de os alunos poderem ter campeonatos inter-turmas dos mais variados desportos, por exemplo, esvazia de conteúdos a disciplina de Educação Física! Enfim, é esta gente que representa os professores e consegue ter uma força inaudita na sociedade portuguesa, mercê da chantagem constante da greve, tendo sido a próxima “jornada de luta” (dia 14 de Junho) convenientemente marcada, como sempre, entre o feriado municipal de Lisboa (13 de Junho) e o feriado do Corpo de Cristo (15 de Junho). Com tudo isto ainda tentam ser levados a sério por gente séria. E que tal recuar aos métodos de há um ou dois séculos e corrê-los todos à bastonada?

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