1.2.07

Facilidades

O caminho fácil quase nunca é o melhor caminho, por isso tornar o aborto livre não é a melhor forma de resolver o problema. Assim como uma doença psíquica não se cura só com drogas, que apenas mascaram o problema sem o resolver de facto, o problema das gravidezes indesejadas não se resolve com o aborto, apenas se remedeia.
Liberalizar o aborto será torná-lo, oficialmente, num método contraceptivo, apesar de hoje ser possível uma contracepção quase 100% segura (há, sempre, uma milionésima possibilidade de falhar). Há gravidezes indesejadas, é um facto, mas o que importa é perceber porquê e ajudar as mulheres a actuarem antes. Ou então ajudá-las a ter essa criança, criar-lhes condições para uma maternidade digna. Permitir o aborto, sem antes tentar evitá-lo, é seguir a via do facilitismo e da desresponsabilização do estado, e isso, para mim, é inaceitável. Agisse o estado assim noutros assuntos e poderíamos ter lojas de venda e injecção de heroína, um problema social e de saúde pública tal como o aborto, como forma de impedir o tráfico e as más condições de ingestão da droga. Seria fácil de executar, até se acabava com o tráfico, mas seria aceitável para a sociedade?

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