13.10.06

Touros

Na sua habitual fúria proibicionista, o Parlamento Europeu votou ontem uma proposta para “por fim à luta de cães, touros e galos e adoptar normas legais nacionais ou comunitárias, segundo os casos, que assegurem que as pessoas implicadas não recebem subvenções nacionais ou estatais para organizar esses eventos”. A proposta foi aprovada após ser retirada a palavra touros. Podemos assim, por mais algum tempo, assistir, sem espírito de resistência armada, a touradas. A liberdade cultural continuará e a emigração para o México deixa de ter fortes motivos.
Na tentativa insistente de proibir as touradas, fico sempre com a mesma dúvida: o que quereriam eles fazer dos touros bravos? Se os cães e galos são animais domesticados, com existência indiscutível muito para além das suas lutas, que aliás não me interessam nada, onde iriam parar os touros? Talvez por ingenuidade, não imagino touros bravos domesticados num T1 em Telheiras ou no quintal de uma moradia em Oeiras. Nem me parece que possa alimentar a esperança de ver o Dr. António Maria Pereira a passear no Chiado acompanhado por um bonito exemplar da Ganadaria Vinhas a quem, de quando em quando, daria festinhas carinhosas. Talvez seja mais interessante pensar em ver os animais a passear à solta pelos jardins de Lisboa onde, quais pombos, viessem comer ás mãos das pessoas. Qualquer solução seria sempre muito interessante, foi aliás por isso que já sugeri a ganaderos que ofereçam alguns exemplares ás associações de defesa dos animais. Sempre gostava de ver se os tratavam melhor do que eles.

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