12.12.03

Hoje

Acordei cedo e não estava mal disposto, para mim uma quase absoluta contradição. Abri as janelas e um sol brilhante adivinhava-se por detrás de uma neblina matinal. Vencido o frio do quarto despertei para um dia de trabalho que esperava não ser um arrastar penoso de minutos. Hoje tinha assuntos vários a tratar Alentejo adentro, e isso animava-me o espírito.
A calma estrada começou a ser vencida e o sol foi-se impondo ao branco nevoeiro. O pasto verde brilhava num tom quase ofensivo, as folhas baças dos sobreiros cediam o protagonismo ás silhuetas irregulares. Não gosto especialmente de guiar, mas estas estradas, nestes dias, são tapetes onde deambulamos vencidos pela beleza esmagadora da natureza.
O fim do dia chegou, no momento do regresso, com o brilhante sol a desaparecer. As cores sucediam-se por detrás dos troncos despidos ou dos esguios montados. Apetece parar o dia, o tempo, fixar estes momentos e usá-los, abusá-los. Dias destes reconciliam-nos connosco, com a beleza, com o mundo, até com o Homem que ainda não conseguiu destruir tudo. Ainda há dias e sítios assim. Felizmente.

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