28.12.06
Noite de Natal
22.12.06
Natal
A todos os leitores que fazem o favor de por aqui passar, assim como aos bloggers que ajudaram a fazer deste ano um tempo mais suportável, este blog deseja um Santo Natal.
20.12.06
Música de Natal
There was a boy, a very strange enchanted boy
They say he wandered very far, very far, over land and sea
A little shy and sad of eye, but very wise was he
And then one day, a magic day he passed my way
And while we spoke of many things, fools and kings
This he said to me: "The greatest thing you'll ever learn
Is just to love and be loved in return"
Definição do dia
18.12.06
Ironias
Definição do dia
TLEBS – Masturbação intelectual de linguistas, perpetrada com um total desconhecimento da realidade e encarando as crianças como simples cobaias.
Advento
“Ainda uma nota mais sobre o dia de Natal que se aproxima: lamento profundamente que a mensagem subjacente ao nascimento do nosso Senhor, do Rei dos reis, Deus feito homem, tão equivocamente tenha vingado em dois mil anos de catequização. Que o Salvador afinal nasce gloriosamente pobre e indefeso numa manjedoura, numa nação ocupada e reprimida... Que a mais fantástica e bela história do mundo indica-nos inequivocamente um caminho de libertação e de felicidade, justamente na entrega, e não na conquista. No dar e não no receber. E que a redenção se conquista em tudo ao contrário do que ensurdecedoramente nos “vendem” por todo os recantos desta civilização decadente. E que é ao libertarmo-nos do nosso sôfrego e deprimente umbigo que podemos alguma vez realizarmo-nos como homens livres. E que o nosso coração frio e egoísta é a imagem das albergarias de Belém quando se fecharam a Maria e José em vésperas do Grande Acontecimento. E que se vivermos o Natal de Jesus, nem que seja por um dia, seremos indubitavelmente melhores pessoas e mais felizes.Assim Deus me ajude a viver este Natal.”
João Távora in Corta-fitas
17.12.06
Natal em Lisboa
Essencial
Petição
Nos links aqui do lado, na secção “e agora…”, pode o leitor aproveitar para assinar a petição contra a irresponsável e idiota TLEBS. A bem deste país e da sanidade mental dos portugueses.
15.12.06
Corrupções
12.12.06
Lisboa
Ditaduras
11.12.06
5.12.06
Açoites
.
Enquanto ficares à espera
Ninguém te vem ajudar”
Jorge Palma, “Portugal, Portugal”
4.12.06
Delírios
1.12.06
Comemoração e Pessimismo
29.11.06
Camarate
28.11.06
Colecções
24.11.06
Dia Imaginário
23.11.06
Tarde Em Itapuã
Para não esquecer a música muito cá de casa, aqui vai Vinicius de Moraes em concerto com Miucha, Tom Jobim e Toquinho. Apesar de estar a ser filmado para a televisão, a ideia de uma informal noite entre amigos está presente na garrafa de Whisky que se vai esvaziando ao ritmo da Bossa Nova. Além de um grande poeta, que bela companhia para uma noite de copos seria Vinicius.
22.11.06
CCB
21.11.06
Coisas Divertidas
The Departed – Entre Inimigos
Agradecimentos
20.11.06
Lisboa
16.11.06
Isto promete!
A julgar pelos excelentes vídeos promocionais, e pelo elenco, este parece ser um “filme” recomendável. Esperemos pela estreia que, ao que parece, será dia 25 de Novembro.
15.11.06
O disparate do Marquês
Durante todo este atraso ganhou Lisboa um magnífico estaleiro e um trânsito ainda mais caótico na zona do Marquês. Da derrapagem orçamental nem vale a pena falar, são os incontáveis milhões que vão alimentando a construção civil deste país à custa dos contribuintes. Tudo isto se passa e a impunidade continua. Enfim, é o país que temos.
13.11.06
Democracias
8.11.06
Coisas do Tempo
Versões
7.11.06
Esquerdas
6.11.06
A Havaneza
A Havaneza era uma livraria à antiga, onde podíamos comprar jornais e revistas, canetas e cigarros, postais e, claro, livros. A definição “comércio tradicional” não se poderia aplicar de melhor forma. Não falamos de uma loja que valia só pelos seus produtos, mas de uma instituição cuja importância se estendia a quem nos acolhia por detrás do balcão. Há lojas onde vamos com o propósito já definido de comprar algo, mas outras há onde vamos, simplesmente vamos, para ver o que há, para estar. As idas à Havaneza não tinham de ter um fim ou uma lógica, por vezes eram passagens para ver as novidades na montra sempre em mudança, outras, entradas para ver as revistas que tinham saído ou se tinha chegado o livro que tínhamos perguntado se havia e que estava a caminho. Como esquecer as capas de papel pardo com o nome gravado que cobriam os livros para poder levar para a praia sem estragar. Como esquecer os belíssimos marcadores de livros com fotografias antigas da Figueira, ou a edição de postais com essas e outras fotografias doutros tempos desta praia. Como esquecer a sua esquina e as suas montras, as janelas azuis, a placa encarnada de latão, o letreiro comemorativo dos cem anos de casa.
Pode a Havaneza reabrir, mas será decerto outra Havaneza, em que a senhora D. Helena não estará por trás do balcão com a sua simpatia difícil de conquistar, esperando a passagem de amigos, clientes antigos, ou novos clientes cujo interesse a fizesse levantar e dar dois dedos de conversa. A Havaneza não era uma loja fácil, onde éramos acolhidos por empregados ignorantes e falsamente simpáticos que nos bajulam desnecessariamente, na Havaneza os clientes eram bem tratados, mas com um educado distanciamento só vencido pela repetição, pelo interesse. A Havaneza era desorganizada e pouco prática, mas esse era também o seu charme, e também o motivo porque encontrávamos sempre um livro interessante que não procurávamos.
A Casa Havanesa era património da Figueira, ou ao menos deveria ser. A “minha“ Figueira é, era, indissociável da Havaneza, como o era de mais alguns sítios que tristemente já desapareceram. Talvez seja excesso de conservadorismo, talvez seja um ataque de nostalgia num escuro dia de Outono, o certo é que a Figueira que me fez feliz já só existe na praia e nas pessoas. Tudo em redor foi sacrificado a um pretenso progresso.
Como disse um amigo, com os seus pequenos exageros, parece que se foi alguém de família. Não diria tanto, mas por certo que se foi algo de meu.
3.11.06
Coisas que irritam
2.11.06
31.10.06
Aborto (questões avulsas)
A discussão deriva sempre, e em demasia, para pontos acessórios, escapando ás questões essenciais que este assunto levanta. O que está, de facto, em causa? Uma lei que vai ser referendada e se a seguinte pergunta vai, ou não, ser aprovada:
“Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”
Sobre isto ficam algumas questões no ar:
– O que é a “opção da mulher”? É a escolha entre um aborto gratuito e uma maternidade sem aconselhamento médico e psicológico, sem outras opções para além do aborto? Será apenas isso? O aborto é assim considerado um fim per si, que assume uma desresponsabilização do Estado no apoio à maternidade. Haverá opção real sem soluções alternativas?
– O que entende o PS por despenalizar? Depreendo que seja impedir as mulheres de serem acusadas por abortarem. E o que se passa com as clínicas abortivas, se não são penalizadas passam a ser legais?
– Porquê dez semanas? É de facto diferente uma mulher que aborta ás nove semanas e meia daquela que aborta ás dez semanas e meia? Se não há qualquer base científica para estabelecer este limite, porque é que ele existe? Convém clarificar se passamos a ter um crime sem pena até ás 10 semanas, que no espaço de um dia passa a ser penalizado?
– O que se vai passar com as mulheres que abortem fora de tempo? Quem vai fiscalizar os médicos que fazem abortos para verificar se as semanas são cumpridas? Vai haver uma “brigada das semanas”? É que se é estabelecido um limite numa lei que é suposto resolver um problema, esse limite será para cumprir integralmente, doa a quem doer. Serão as mulheres realmente presas? A questão é tão mais pertinente quanto nos, poucos, casos levados até hoje a julgamento, que contaram com grande contestação dos adeptos do “Sim”, as mulheres em causa abortaram fora do prazo que pretendem legalizar.
– “…em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?” Privado ou público? Se for privado não dá resposta ao discurso neo-realista das mulheres pobres e desgraçadas, pois elas terão de pagar para recorrer a este serviços. Se for público teremos um grave problema no país. Portugal tem um sistema nacional de saúde a rebentar pelas costuras e sem dinheiro, onde há filas de espera para consultas e operações. Se o aborto vier a ser feito em hospitais públicos, das duas uma, ou passa à frente (por causa das dez semanas) podendo impedir actos médicos que salvem vidas humanas, ou então espera e passa o tempo legal. Como prevê o Ministro da Saúde resolver este problema?
– Os hospitais públicos são pagos pelo contribuinte, ou seja, os impostos virão a ser utilizados para efectuar abortos. Concluímos que o Estado irá pagar para matar?
30.10.06
Elogio do Silêncio
A deslocação a um cinema para ver um documentário de cerca de três horas sobre a vida monástica dos cartuxos (a ordem de clausura com regras mais ascéticas) – filmado com som ambiente, luz natural e sem equipa técnica, que não o realizador, segundo regras estabelecidas pelo abade para, dezasseis anos após o pedido de Gröning, autorizar a entrada na Cartuxa – é experiência radical a que não aconselharia noventa por cento dos meus amigos. Tudo levava a imaginar um filme chatíssimo, e apenas uma conjugação de interesse artístico e religioso me levou aceitar a experiência. Sim, a experiência, porque é disso que o filme trata. A experiência de partilhar uma forma de vida exótica perante os padrões de vida de hoje em dia. Mais do que “entrar” no silêncio, entramos num mundo paralelo em que o tempo é conceito diferente, regrado e repetitivo, mas tranquilo.
A clausura sempre foi uma manifestação de fé que tinha grande dificuldade em compreender. O que levaria um ser humano livre a deixar-se reger por um regime de vida profundamente ascético e que tornava a sua existência um mero ritual repetitivo de oração? Porque motivo alguém escolhe, no mundo de hoje em que as liberdades são conhecidas por (quase) todos, uma vida em que o mundo é apenas uma existência física para lá de muros e paredes? O filme não procura esta resposta, como aliás não procura nenhuma resposta, seguindo o rigor jornalístico na forma com se “limita” a mostrar uma vivência, uma opção de vida, sem um julgamento moral ou social. Gröning não nos diz que esta reclusão, ou qualquer outra reclusão, é boa ou má, aceitável ou não, apenas nos mostra com crueza e rigor como é vivida essa reclusão. Claro que observar como é a vida de clausura nos permite ter o nosso próprio julgamento, não condicionado por ideias veiculadas no filme, mas sim pelo nosso julgamento perante a realidade que nos é mostrada. Ao ver como é a vida destes monges, consigo melhor perceber que assim consigam viver.
O silêncio é algo de que tendemos a esquecer o valor. Quantas vezes poderemos dizer que estamos, de facto, em silêncio? Hoje, a sociedade associa o silêncio à solidão, à tristeza, a uma fuga da realidade cada vez mais barulhenta e feérica, a uma fuga do mundo. Acredito que isto se passe em cada monge que escolheu a vida da Cartuxa, apenas um factor não é semelhante, para eles o seu mundo não é o nosso mundo vulgar e comezinho, o seu mundo é o espiritual, e o “nosso” é apenas suporte físico intermédio numa relação permanente com o divino.
Será a clausura necessária para alguém poder dedicar a sua vida a Deus? Não creio, mas é uma forma como qualquer outra para alguém se encontrar consigo próprio e com o divino. Não será tão exótica esta opção de vida radical como será a dos hippies ou dos ciganos nómadas? Cada vez mais a sociedade nos manipula a acolher diferenças que se tornam politicamente correctas e que acabamos por ter de aceitar, porque não aceitar que alguém queira simplesmente ter o seu mundo sem incomodar ninguém?
Cinematograficamente o filme é interessantíssimo, pois mostra o enorme talento de Gröning para filmar em condições mais do que complicadas. Ele não podia utilizar as técnicas habituais, a sua câmara teria de ser crua e discreta, simples e sem artifícios. A beleza estética que resulta das imagens é impressionante, e há planos inesquecíveis, tais como as orações nocturnas acompanhadas por cantos gregorianos ou os primeiros planos frontais dos monges. Não obstante, o mais notável no filme é a forma como o mesmo é montado e com isso consegue criar uma lógica argumentativa. A montagem consegue tornar o filme surpreendentemente ritmado, criando uma série repetitiva de tempos, nunca fechada, permanente. A sequência de imagens alterna imagens da vivência dos monges – rezando, comendo, cantando – com a natureza em redor – com a maravilhosa natureza em redor e as suas montanhas cobertas de neves ou ribeiros correndo na primavera. Gröning consegue, através de uma brilhante realização e de uma fabulosa montagem, criar uma quase-hipnose ao longo do filme da qual apenas somos despertados quando as luzes se acendem. No final do filme, a sensação é a de que de facto estivemos na “Grande Chartreuse” por tempo indefinido, há um tempo indefinido. Enquanto o filme dura esquecemos o mundo, o nosso mundo, e compartilhamos a experiência de espiritualidade vivida pela oração, por uma vida de constante oração.
Amadorismos
26.10.06
Diálogos Imaginários
– Menino, acho que isso se poderá resolver. Vou buscar os seus casacos impermeáveis e sapatos adequados, mas acho que ainda será excessivo para camisolas.
– Já não sei nada, Charles. Já não há estações calmas e previsíveis como antigamente.
25.10.06
Estações
Plágio
24.10.06
Filmes do País
1 – Há uma ponte que resolve cair. Não por que uma tempestade devastadora, com furacões seguidos de tremores de terra, pesasse sobre ela, apenas porque sim, porque terá ganho vida própria e, por qualquer motivo, lhe apeteceu. O seu estado de conservação era excelente e ninguém tinha elementos que lhe permitissem desconfiar que ia cair. Apenas caiu.
2 – Há um túnel do metropolitano que é previsto para uma zona ribeirinha. O projecto e a obra são exemplares e têm em conta todas as especificidades de subsolo da zona do em causa. Estranhamente, parece que o túnel ganha vida própria e insiste em não querer ser concluído. Mete água, faz deslizar a terra à sua volta, e deixa perplexos os projectistas, os construtores e os donos de obra. Há quem questione maldições relacionadas com naus afundadas nas redondezas, certo é que os anos passam e em seu redor continua um magnífico estaleiro sobre o rio.
3 – Um túnel de provecta idade chegou a um tal estado de degradação que necessitava, por razões de segurança, de obras. Tudo se acerta e estabelece-se que a obra durará um ano, durante o qual o túnel será encerrado. Passado esse tempo sabe-se que a obra quase não avançou e demorará mais algum tempo. O motivo parece ser a presença de um fantasma do Adamastor que teima em não deixar que as modernices entrem no túnel e lhe levem a patine adquirida ao longo dos anos.
Na forja:
5 – O futebol do país treme com um enorme processo de corrupção que atinge muitas das maiores figuras do meio. São tornadas públicas escutas claramente comprometedoras. O processo é arquivado perante a estupefacção geral. Um conhecido imitador é preso por obstrução à justiça e desrespeito pela autoridade, negando veementemente todas as acusações. Quem terá sido o maléfico criador de todo este processo sobrenatural?
21.10.06
Adivinha
A resposta é o Sol, o único jornal já nas bancas ás cinco e meia da manhã de ontem.
Promessas
20.10.06
Jóias
Versões
Continuando com “Nature Boy”, aqui vão mais duas versões, a mais conhecida, de Nat King Cole, e a de David Bowie para a banda sonora de Moulin Rouge.
Blogosfera
18.10.06
Ocupação
A bem da cultura e na revolta invejosa de quem, com grande pena, não é pago pelo Estado para fazer o que gosta. Seria realmente divertido que o Ministério da Cultura me financiasse uma bolsa criativa para estudar as praias do Mediterrâneo, podendo depois levar à cena uma peça minimalista, sem diálogos, com o meu ar de gozo a olhar as fotografias passadas em slide-show no palco ao som de quartetos de cordas de Haydn.
17.10.06
Contradanças
Thanks (to you)
13.10.06
Manif
Touros
Na tentativa insistente de proibir as touradas, fico sempre com a mesma dúvida: o que quereriam eles fazer dos touros bravos? Se os cães e galos são animais domesticados, com existência indiscutível muito para além das suas lutas, que aliás não me interessam nada, onde iriam parar os touros? Talvez por ingenuidade, não imagino touros bravos domesticados num T1 em Telheiras ou no quintal de uma moradia em Oeiras. Nem me parece que possa alimentar a esperança de ver o Dr. António Maria Pereira a passear no Chiado acompanhado por um bonito exemplar da Ganadaria Vinhas a quem, de quando em quando, daria festinhas carinhosas. Talvez seja mais interessante pensar em ver os animais a passear à solta pelos jardins de Lisboa onde, quais pombos, viessem comer ás mãos das pessoas. Qualquer solução seria sempre muito interessante, foi aliás por isso que já sugeri a ganaderos que ofereçam alguns exemplares ás associações de defesa dos animais. Sempre gostava de ver se os tratavam melhor do que eles.
10.10.06
Versões
6.10.06
Jóias
5.10.06
Comemorar o quê?
Sete anos de ditadura militar?
Quarenta e um anos de ditadura cinzenta?
Um ano de perigosos despojos revolucionários?
Trinta e um anos de democracia quase sempre mal governada?
4.10.06
Será um sinal?
Irá também voltar à política activa?
Serviço Público
Esperança
Ao passar os olhos pelo plano fica a esperança de poder ver, finalmente, o Terreiro do Paço sem carros e com a dignidade que merece. Fica a esperança de ver gente a viver na Baixa e de que a mesma deixe de ser, à noite, um deserto de marginalidade. Fica a esperança de que a urbanidade do Chiado e a genuinidade de Alfama e do Castelo desçam as colinas e se encontrem na abandonada Baixa. Fica a esperança de que, pelo menos numa parte, Lisboa recupere dos consecutivos anos de degradação e se torne numa cidade mais civilizada.
Concebido por uma equipa credível (Manuel Salgado, Elísio Summavielle ou Raquel Henriques da Silva, entre outros), podemos ter esperança na qualidade da proposta. Haja esperança que o poder político avance, de facto, com o projecto.
2.10.06
.
27.9.06
22.9.06
Impensável
Edward Hooper, “A Woman in the Sun”, 1961
Estado do Sítio
19.9.06
O mundo está perigoso
Tornar o choque civilizacional em que nos encontramos numa guerra santa é de um perigo imenso, mas ceder, sem reservas, a um ambiente de constante pressão sobre os valores mais essenciais em que assenta a nossa civilização não será a melhor solução. O medo é, e sempre será, uma demonstração de fraqueza, não só física, mas também de ideais, de convicções e de valores. No momento em que mostremos medo e reverência, em que condicionemos o nosso dia-a-dia e a nossa vida a factores externos, estaremos a mostrar ao mundo que a força, o terror e as ameaças podem vencer, que nos podem vencer. Nesse momento a sociedade pela qual os nossos antepassados lutaram estará a caminho do fim e o que se seguirá é um mistério que prefiro não tentar desvendar.
Será desta?
18.9.06
Desporto
Agradecimento
12.9.06
Pena
11.9.06
Músicas
6.9.06
.
O calor que queima faz-me querer voltar ao meu chapéu-de-sol de riscas azuis e brancas, à areia grossa e ao mar infelizmente calmo. Ás tardes divididas entre imersões marítimas, conversas paisagem, jogos de cartas ou o simples esparramar ao sol.
Com o calor não se consegue pensar, por isso a indolência é a melhor opção, aquela que apetece fazer agora, mas não aqui. Preciso das minhas noites longas com brisa vinda da serra e dos dias no meu chapéu-de-sol azul e branco.
A importância do chapéu-de-sol não é despicienda, para além de parte essencial ao processo de suportar os excessos de temperatura, é essencial na definição estética da “minha” praia, que sem as riscas de várias cores seria mais uma impessoal praia, como tantas outras. Por isso apetecia lá estar.
5.9.06
O Independente
A minha geração cresceu com “O Independente” e irremediavelmente dividia-se entre os que o adoravam e os que o detestavam. Ninguém podia ficar indiferente a uma postura nunca antes vista em Portugal, a uma visão conservadora da sociedade que apresentava uma linguagem e um estilo mais revolucionários do que se podia imaginar em sonhos. As grandes campanhas do Bloco, muito cuidadas na imagem e linguagem, são brincadeiras de meninos ao lado do Caderno 3 dos bons tempos.
Os frutos do Indy estão aí, nos blogues e nos jornais, nas revistas e nos livros. Uma nova geração que perdeu o pudor – quer na escrita, quer nas ideias. Ser de direita deixou de ser um estigma a esconder dentro de um armário bem fechado. Escrever de forma desprendida e legível deixou de ser um crime lesa pátria.
A geração Indy mostrou-se, mas talvez pelo demasiado desprendimento e independência passa ainda ao lado da política activa, dos partidos. O anti-cinzentismo ainda não vingou e os órgãos de poder continuam iguais ao que eram em tempos de cavaquismo. Talvez seja melhor assim, talvez seja melhor poder lê-los do que ter de os ver a discursar no parlamento. Fica ainda assim uma réstia de pena, de pena que o país não tenha assimilado mais o que foi o Indy, que não seja mais Indy.
Blogosfera
O agradecimento ao “Sempre a Produzir” pelo link para este estabelecimento.
1.9.06
Diálogos Imaginários
– Não se preocupe menino, para isso é que eu estou aqui.
20.8.06
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12.8.06
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7.8.06
Estado do Blogue
29.7.06
Figueira
27.7.06
Loucura
Diálogos Imaginários
– Com certeza, menino. Tenho também uma lista do que costuma levar.
– Oh! Charles, não sei como suportaria o incómodo da mudança sem a sua ajuda.
25.7.06
Concurso
Como é evidente, não poderia deixar de concorrer ao Primeiro Concurso de Verão do Impensável. Por isso aqui vai:
O comportamento de Dexter Haven não foi o de um verdadeiro Gentleman, pois este raramente perde as estribeiras por causa de uma mulher. A simples sugestão de uma agressão, ainda mais fora do recolhimento da casa, é simplesmente intolerável. O contacto físico com uma senhora deve ser sempre o caminho para um beijo ou algo mais, nunca para um vulgar empurrão.
Com calorosas saudações,
JAC, o Anarcoconservador
Provocação
24.7.06
.
20.7.06
"Época Tola"
Crítica de Praias – Guincho
A qualidade dos acessos varia um pouco, uma vez que chegar até perto da praia é rápido, mas os carros estacionados por todo o lado entopem desmedidamente a circulação, em especial quando algum autocarro resolve tentar a sorte de passar. Pode haver alguma perda de tempo em estacionamentos, valendo mais a pena parar mais longe e fazer alguns metros a pé. No lado do “Bar do Guincho” há um impecável parque, bem delineado e arranjado, com o senão de ser, obviamente, bem pago e ter um acesso estreito que entope em dias mais concorridos.
O mar costuma ser bravio, com ondulação forte de onda longa propícia ao Surf (e com o habitual vento perfeito para o Windsurf e o Kitesurf). A temperatura da água não costuma ser encorajante, mas antes revigorante, o que, dada a ondulação e a necessidade de movimento, não se torna um obstáculo ao banho.
O ambiente do Guincho é uma das suas maiores vantagens, definiria-o como queque-descontraído-surfista, o que é dizer que quase tudo é gente nova e com ar bonito e divertido. Gente da linha, muitos surfistas e windsurfistas de caras muito queimadas desde Maio. A descontracção pulula entre pequenos biquinis coloridos e calções de banho da Osklen ou de marcas de surf. No céu, os kites rematam o colorido e na água há sempre acção por entre as ondas. Bom spot para ver bonitas meninas (vá, e meninos) de família com ar cool.
Para quem não esteja em boa forma física, uma ida ao Guincho pode ser um pouco irritante, ou mesmo deprimente. A quase inexistência de barrigas proeminentes nos homens e uma enorme densidade por metro quadrado de abdominais bem delineados, pode transformar uma ida ao banho num embaraçoso exercício de contenção da respiração de forma a disfarçar o desleixo de uma barriguita grande. Claro que se pode assumir com descontracção o físico pouco cuidado, mas fica sempre a sensação de que as meninas presentes nos olham com um ar de vago nojo. No que ás meninas diz respeito, posso dizer que a celulite não costuma passar por aqui. Talvez por um fenómeno de selecção natural “à la Darwin”, parece que toda a gordura foi queimada pelo frio da água, que enrijece as coxas e as barrigas descobertas por biquinis reduzidos. Claro que isto é excelente para os olhos que se regalam, mas pode ser motivo para traumas e viagens ao psicanalista ou ao cirugião plástico.
Classificação: Dada a importância do problema, darei a classificação em dias com e sem vento. DCV: 7 (em 10); DSV: 10 (em 10)
Agradecimentos
18.7.06
Boas Notícias?
Lisboa será por certo uma melhor cidade caso este plano seja posto em prática, o problema é que falta uma votação favorável da Câmara. Terá Carmona Rodrigues o discernimento e a coragem de levar por diante esta iniciativa e de tirar o ponto de interrogação ao título deste post?
17.7.06
Praia
Sonho
Coisa Imaginária
12.7.06
Diálogos Imaginários
– Com certeza, menino. Vou já fazer uma limonada absurdamente gelada.
10.7.06
Cópias
Mas que bem
7.7.06
Joga bonito
O meu gosto de futebol foi estimulado por Sócrates e Zico, por Maradona e Valdano, por Roger Milla. Foi com este futebol bonito, para alguns inútil e pouco objectivo, que me tornei feroz consumidor de Campeonatos do Mundo, competição onde a variedade de estilos e jogos me apaixonava. Ansiava sempre pela surpresa africana, pelos novos artistas do Brasil, pelo futebol rápido e atlético da Inglaterra ou da Dinamarca. Na altura a nossa selecção era uma inexistência, só esporadicamente quebrada no Europeu em que Chalana passeou o seu futebol. A ausência da nossa selecção aguçava o gosto do jogo pelo jogo, a admiração pela qualidade e pela arte.
Hoje, só dificilmente cedo a ver jogos que não sejam da Selecção Nacional ou do Sporting. Este Mundial reforçou isto com algumas secas a que, por teimosia, me prestei. Se nada mudar, o futebol irá tornar-se nisto, um campo de batalhas nacionais (ou clubísticas) em que só a vitória interessa. Cada vez serão menos a ver jogos em que não entrem as suas equipas, cada vez serão menos os adeptos. O futebol será cada vez mais um negócio chato e desinteressante e menos um desporto estimulante.
6.7.06
Boa notícia
4.7.06
Diálogos Imaginários
- Com certeza menino, vou por cervejas e vinho branco no frigorífico e comprar cajus, amendoins e uns queijos.
- Ah! Charles, é melhor ter também uns calmantes à mão, é que os jogos com França trazem-me péssimas recordações.
- Não me poderia esquecer menino, eu também padeço do mesmo mal.
Além do futebol
2.7.06
Brasil
Ricardo
Meias-finais
Scolarizar
29.6.06
Coisas da Vida Boa
Medo
26.6.06
Futebol e Touros
Ontem, lembrei-me destes touros durante o jogo, que não foi uma obra de arte, mas foi emotivo, sério, duro, com muito interesse. Portugal enfrentou ontem um Miura de génio, bravo e pouco nobre, com investidas ordinárias e perigosas. Portugal sobreviveu e conseguiu uma faena plena de emoção e entrega, de coragem. Qual toureiro corajoso enfrentou de peito feito o animal, dando-lhe a lide possível depois de colhidas graves (a lesão de Ronaldo), de erros imperdoáveis (expulsão de Costinha) e da incompreensão do director de corrida (expulsão de Deco). Após a colhida foi difícil procurar a arte, pura e espectacular, mas foram cingidas as verónicas e sérios e verdadeiros os passes naturais. Houve verdade e esforço, e, a espaços, pormenores de arte pura conseguidos em momentos de maior domínio. Com o aproximar do final, touro e toureiro perderam força, e já eram mais soltos os movimentos, já as defesas estavam mais abertas, e mais perto estiveram ambos de ferir o oponente. Foi uma batalha de morte em que Portugal venceu, como vencem os toureiros – os grandes – que conseguem triunfar apesar dos touros não colaborarem.
Futebol
Com o começo holandês e um árbitro abaixo de ordinário, o jogo tinha de descambar, e descambou à séria. Tivesse havido prolongamento e talvez se acabasse a jogar futebol de sete. Não há desculpas para as reacções de Figo ou Deco, mas, perante a barbárie que já se tinha visto, seria difícil aguentar a pressão, ajudada por uma perfeita idiotia de Costinha.
O jogo foi duro, violento, e muitos dizem que feio. Não consigo concordar em absoluto com a última parte. Apesar de tudo, quantos jogos deste Mundial terão tido tantos remates e ocasiões de parte a parte? O nosso golo é uma belíssima jogada, assim como o foram alguns dos nossos contra-ataques. Os holandeses podiam ter marcado por algumas vezes e pressionaram com ferocidade. O jogo deveria ter sido mais leal e menos brutal, mas, ainda assim, houve muito futebol, jogadas de qualidade e uma emoção desmedida.
Pergunta
20.6.06
Músicas
Delírio
Para quem mais dificuldades tenha com o espanhol, pode acompanhar com a letra da música, uma autêntica pérola do non-sense.
Hagamos juntos, este crucigrama
Aplacemos lo otro, para mañana
Cantar contigo, me llena de alegría
Chalalala chalalala...
Dejemos todo lo demás, para otro día
Quisiera besarte, pero sin ensuciarte
Quisiera abrazarte, sin dejar de respetarte
Amar es saber esperar, es saber esperar, es saber esperar
Amo a Laura,
Quiero esperar hasta el matrimonio
Amo a Laura,
Quiero esperar hasta el matrimonio
No voy arrancar esta flor,
Que la destruya, no será yo
(Falado) Joven, recuerda que el amor nace del respeto, que no hay nada más hermoso en una pareja, que saber esperar juntos ese momento maravilloso, que es la consumación del amor, tu paciencia tendrá recompensa!
Amo a Laura,
Quiero esperar hasta el matrimonio
Amo a Laura,
Quiero esperar hasta el matrimonio
No voy arrancar esta flor,
Que la destruya, no será yo
Para completar o delírio aconselho vivamente uma visitinha ao site da “associação” responsável por este vídeo: Asociación Nuevo Renascer. Quem sabe surgirão mais candidatos a Presidente do Clube de Fans dos Happiness, o grupo que interpreta esta grande música.
19.6.06
Bizarrias
Agradecimentos
A banhos
13.6.06
Coisas da Vida Boa
12.6.06
Diálogos imaginários
– Com certeza menino, esteja descansado que não me esquecerei de alguns abrigos para o vento e a chuva e tudo estará pronto daqui a pouco.
– Não tenha tanta pressa Charles, só vou amanhã e hoje ainda vou dar um saltinho aos Santos.
– Faz bem menino, aproveite para se divertir um pouco.
8.6.06
E não se pode bater-lhes
6.6.06
Requiem por um bom jantar
Imaginam-me num filme destes? Uma vez de três em três meses ainda vá – o sacrifício faz parte da vida –, agora jantar fora deixará, com enorme pena minha, de ser um programa aceitável. Ganharão os take-away, porque por enquanto – embora tema que não por muito tempo – as leis fascistas ainda não entraram para dentro da nossa casa e aí, aí poderemos jantar tranquilamente.
3.6.06
Veto
O Campo e a Cidade
Agradecimentos
Ao "Devaneios de Caim", ao "Publicista" e ao "Textos para Tudo" pelos links para este estabelecimento.
1.6.06
Luminária
31.5.06
Private joke
– Se sabem que me faz mal! Se sabem que me faz muito mal! E não é uma, são todas que estão secas. Já é desleixo.”
29.5.06
Crises
Diálogos Imaginários
– Charles, por favor mude os lençóis todos os dias enquanto esta canícula se mantiver, a única maneira de a suportar é mesmo dormir em lençóis de linho frescos. E não se esqueça de reforçar o stock de chá gelado, é que com este calor desaparece num instante.
– Não se preocupe menino, já tratei das duas coisas e comprei muitos vegetais e fruta para amanhã.
26.5.06
Acrescento
Num momento de chafurdice mental, e noite de insónia, acabei por assistir, via RTPN, ao famoso Prós e Contras com o Professor Carrilho. Ao post já escrito nada a retirar, apenas um ligeiro pormenor a acrescentar: a bem da saúde pública, o senhor deveria ser “convidado” a passar uma temporada num hospital para doentes mentais. A insanidade do Professor chegou a mostrar teores de demência que só o foro psiquiátrico poderá explicar. Afinal, mais do que mimado e profundamente mal-educado, o senhor é portador de uma qualquer doença mental que o aliena e afasta da realidade. A sociedade deveria tomar medidas pois, após acusar meio mundo de uma conspiração, reescrever entrevistas que deu ou insultar adversários de forma nojenta, a agressividade pode tomar conta do seu corpo e passar a agressões físicas no meio da rua. Não sei porquê, mas a sua cara estampada na capa do livro, com um sorriso vagamente alucinado, faz prever que esteja vestido apenas com uma gabardine e tenha sido fotografado após regressar a casa do Jardim da Estrela. A sociedade que se cuide.
23.5.06
Grafonola e Gira-discos
Carrilho e Dan Brown
20.5.06
Campo Pequeno IV – Crónica taurina
O curro da ganadaria Vinhas cumpriu assim-assim: não brilhou por falta de casta e bravura dos touros, não tendo no entanto estragado a noite aos toureiros. O quarto e sexto eram mais tardos e reservados, não tendo, apesar disso, sido aproveitados da melhor maneira pelos toureiros.
Abriu a corrida João Moura com um touro suave, que foi bem entendido e toureado. Nos compridos o problema costumeiro de Moura: esquecendo não estar em Espanha, insiste em recusar a sorte frontal que estes ferros exigem. Correcto na colocação. Para os curtos Moura teve, apesar da falta de sal, touro para lidar à sua maneira. Brega vistosa, com o touro colado à garupa do cavalo e ferros que conquistaram o público que não recusou ovações sonoras. O touro foi pegado por Diogo Sepúlveda, dos Forcados Amadores de Santarém, que bem citou e pegou o touro.
Recebeu o segundo da noite com um ferro à sorte de gaiola António Ribeiro Telles, mostrando cedo a disposição para triunfar. Lide impecável – aproveitando um touro doce, mas com investida – começada com compridos de praça a praça como mandam os cânones do toureio. Nos curtos esteve excelente, numa lide cheia de pormenores toureiros e ferros bem preparados. Belíssima lide que entusiasmou sobremaneira o público. O touro foi pegado por José Maria Cortes, dos Forcados Amadores de Montemor, que não entendeu a investida do touro, tentando pegá-lo sem recuar o que redundou e duas tentativas falhadas.
Rui Fernandes toureou o terceiro da corrida, granjeando alguns aplausos com o seu toureio irreverente, mas bastas vezes excessivo. Lidou com suavidade e conseguiu ferros de boa nota. A pega foi efectuada pelo Cabo dos Forcados Amadores de Lisboa, José Luís Gomes, que deu uma lição pedagógica sobre a arte de pegar touros. Belíssimo cite, excelente a recuar, magnífico na reunião. A pega da noite efectuada por um veterano das arenas.
O quarto touro saiu para João Moura que não conseguiu encontrar a lide correcta para um exemplar de fraca qualidade. Esteve mal nos curtos e escutou assobios – algo tão raro como necessário em praças portuguesas – apesar de encerrar com um digno ferro de palmo. Como senhor toureiro que é recusou a volta à praça. A pega de António Jesus Grave, dos Forcados Amadores de Santarém, foi vistosa e correcta.
Saiu, embalado pelo triunfo no seu primeiro touro, para o quinto da noite António Ribeiro Telles. Recebeu o touro à saída dos curros, aguentando a sua investida até o colocar para um belíssimo primeiro comprido. Os compridos foram de praça a praça, e só o falhanço na cravagem de um deles foi nota menos boa na sua actuação. Nos curtos esteve mais uma vez em grande plano, com ferros frontais e emotivos e brega magnífica. Rematou uma noite de enorme triunfo com um ferro de palmo brindado à família. A pega foi feita por Pedro Freixo, dos Forcados Amadores de Montemor, que esteve muito bem com o touro.
O último da noite foi lidado, e mal, por Rui Fernandes. Não querendo exagerar, veio neste toiro ao de cima o pior defeito deste toureiro: querer impor aos touros os “números” que cada um dos seus cavalos faz (câmbios, ladear, patas que levatam,…) e todos o fazem. Esteve mal com o touro, cravando compridos em câmbio! Nos curtos quis, com o primeiro cavalo, cravar a câmbio e voltou com outro cavalo que fazia o número de levantar uma das patas dianteiras. Alguma confusão entre toureio e circo, perante um touro manso e parado, que também não ajudou. Pegou Gonçalo Maria Gomes, dos Forcados Amadores de Lisboa, a fechar com chave de ouro esta noite com uma bonita pega.
A corrida terminou com a banda, que esteve excelente ao longo da corrida, a tocar o hino, que foi cantado em pé e com enorme dignidade por todo o público presente num epílogo bonito para uma noite a recordar.
Campo Pequeno III – Manifestação
Pelo meio destrinçavam-se t-shirts do Che Guevara, levando a que nos apeteça tirar a seguinte conclusão: Nós que gostamos de touradas somos bárbaros e assassinos, enquanto eles, que admiram o guerrilheiro da barba que, só por acaso, até matou razoável quantidade de gente, são uns benfeitores da humanidade contra a nossa selvajaria. Enfim, paradoxos do nosso mundo.
Campo Pequeno II – A Praça
Catita. O rejuvenescido Campo Pequeno está catita a valer. Belíssima obra de recuperação, num exemplo infelizmente raro neste país. Parece que foram muitos milhões, mas a avaliar pelos resultados foram bem empregues. Não se pode dizer que valeu a espera, porque foram muitos anos, mas lá que ficou bem, isso ficou. Majestosa será a melhor definição para esta “nova” Praça de Touros do Campo Pequeno.
18.5.06
Campo Pequeno
17.5.06
Inquilinos e Senhorios
Arte
15.5.06
Estado do Sítio
Boas notícias
8.5.06
Diálogos Imaginários
– O menino como tem passado? Peço desculpa pela ausência, espero que tenha sobrevivido sem mim.
– Com dificuldade, Charles, com dificuldade.
5.5.06
Música
4.5.06
América
Os argumentos que ouvi há dois dias, oriundos de alguém intelectualmente mais do que estimável e politicamente independente, contribuíram para a convicção de que ainda me tornarei um feroz americanista, capaz de rivalizar com a cegueira de um Vasco Rato. Discutia-se política à escala mundial, as privatizações do “sensato” Chavéz, a “ponderação” do “discreto” Morales, o imperialismo americano. A discussão animou e falou-se da primordial importância dos americanos no fim da segunda guerra mundial e do quanto lhes devemos. Aqui tudo se baralhou, e a cegueira anti-americana culminou num argumento precioso: “A guerra iria acabar de qualquer maneira, uma vez que demograficamente os alemães não a poderiam suster, e não podemos provar que foi a intervenção americana que, de facto, parou a guerra.” Perante a estupefacção e indignação generalizada esbocei que até é verdade, como é verdade que nada prova que o 25 de Abril foi essencial para acabar com a ditadura – ela poderia acabar por si –, ou que os Conjurados apenas anteciparam o abandono do nosso país pelos espanhóis. O argumento vale o que vale, não é que seja necessariamente mentira, apenas invalidaria toda e qualquer a análise histórica. No entanto, a melhor conclusão que ainda consegui espremer foi a seguinte: se a guerra acabaria de qualquer maneira, mesmo sem a intervenção americana, era só uma questão de tempo, ora como no entretanto ia morrendo gente, muito em particular judeus, talvez a limpeza étnica se aproximasse dos seus objectivos. Assim, com um pouco de “sorte”, poucos judeus sobrariam e não seriam suficientes para a criação de Israel, o que seria óptimo para o mundo de hoje já que acabaria com o problema do Médio Oriente e, talvez até, com o novo terrorismo. Concluindo, a culpa da instabilidade no médio oriente é dos E.U.A., mas não só de Bush, a culpa vem Roosevelt e Truman que permitiram a sobrevivência de demasiados judeus. Enfim, o imperialismo já tem demasiados anos para que não nos rebelemos contra ele.
Perante tamanho disparate, ainda me vão ver, um dia destes, em manifestações pró-Bush, não é que eu queira, mas a alucinação perigosa do outro lado ainda me vai obrigar a isso.