Se uma gaivota viesse,
Trazer-me o céu de Lisboa
(...)
Alexandre O'Neill
30.6.05
Pergunta
Ainda não percebi se, caso ganhe o referendo, os abortos serão feitos em hospitais públicos e à custa dos contribuintes? Claro que em caso de resposta afirmativa isso não deverá preocupar o Ministro da Saúde.
29.6.05
Coisas que irritam
As repetições das “Desperate Housewives” de terça-feira estarem atrasadas em relação aos episódios de Domingo.
Prioridades
Na blogosfera só se fala da saída de Daniel Oliveira do Barnabé. O governo, após os erros do orçamento, resolveu insistir no referendo ao aborto até ao fim do ano. Enfim, cada qual com as suas prioridades. Em dias assim sinto-me, de facto, fora do mundo.
28.6.05
Carrilho e Santana. Separados à nascença?
Manuel Maria Carrilho sente repulsa por Santana e por tudo o que ele representa, numa relação de quase obsessão. No entanto vejamos:
Santana teve a pasta da Cultura, Carrilho também.
Santana é presidente da Câmara de Lisboa, Carrilho é candidato.
Santana foi Primeiro-ministro, Carrilho ambiciona ser.
Santana é um enfant-terrible no partido, Carrilho também.
Santana sempre teve relações crispadas com a imprensa, Carrilho anda agora a insultar jornalistas.
Santana sempre casou e namorou com mulheres bonitas, Carrilho tem uma mulher bonita.
Santana era o rei da noite lisboeta (em particular da Kapital), Carrilho não lhe fica atrás (apesar de preferir o Lux).
Santana é uma vedeta do jet-set e aparece amiúde em revistas cor-de-rosa, Carrilho – com Bárbara e Diniz – está a tentar destronar José Castelo-Branco (em capas e disparates ditos).
No fim disto tudo uma pequena diferença, de facto Santana não é culto e admito que Carrilho o seja. Não serão no entanto muitas semelhanças? Depois do populismo genuíno de Santana, o populismo rive-gauche de Carrilho.
Santana teve a pasta da Cultura, Carrilho também.
Santana é presidente da Câmara de Lisboa, Carrilho é candidato.
Santana foi Primeiro-ministro, Carrilho ambiciona ser.
Santana é um enfant-terrible no partido, Carrilho também.
Santana sempre teve relações crispadas com a imprensa, Carrilho anda agora a insultar jornalistas.
Santana sempre casou e namorou com mulheres bonitas, Carrilho tem uma mulher bonita.
Santana era o rei da noite lisboeta (em particular da Kapital), Carrilho não lhe fica atrás (apesar de preferir o Lux).
Santana é uma vedeta do jet-set e aparece amiúde em revistas cor-de-rosa, Carrilho – com Bárbara e Diniz – está a tentar destronar José Castelo-Branco (em capas e disparates ditos).
No fim disto tudo uma pequena diferença, de facto Santana não é culto e admito que Carrilho o seja. Não serão no entanto muitas semelhanças? Depois do populismo genuíno de Santana, o populismo rive-gauche de Carrilho.
23.6.05
O que é Portugal?
Depois do Presidente pedir autorização a um Embaixador para fazer uma visita dentro do país, agora veio a Ministra da Educação dizer – por outras palavras – que os Açores não fazem parte da República Portuguesa. Qualquer dia para comprar caril no Martim Moniz precisamos de visto do governo indiano.
Greves
Depois das odes a Cunhal e ao inenarrável Vasco, veio o Presidente atirar-se aos bancos. Agora seguem-se as greves. Portugal entrou num tranquilo PREC do qual veremos como vai sair. Se é que vai sair.
Bach
Apesar de o Impensado me recomendar Haedel, parece que refrescou mesmo. Talvez não tenha sido pelos Concertos de Brandenburgo, mas ontem, após Bach, consegui sair à rua sem a sensação de sufoco. Como até nem desgosto do verão, acho que vou deixar o Handel sossegado, afinal ficar com frio em Junho também seria de mais. Voltarei, como em tantas vezes, aos concertos para piano de Rachmaninov interpretados pelo próprio.
22.6.05
21.6.05
Saudações
Daqui saúdo o Exmo. Sr. Ministro da Saúde pela excelente saúde do próprio e de todos os que lhe são próximos, para além da boa capacidade financeira dos mesmos que lhes permite consultar os melhores médicos fora do Serviço Nacional de Saúde. Só isto pode explicar que ache as filas de espera para operações em Portugal um assunto sem interesse.
Hoje
O ar lá fora está irrespirável. Aqui dentro o som de Jack Johnson faz lembrar calor, mas em fins de tarde depois de um dia de praia. Na areia uma guitarra e umas cervejas, em redor bonitas sufistas regressam após a última onda, ao fundo o sol vai-se pondo e o tempo é uma ilusão.
20.6.05
República das Bananas
Jorge Sampaio, por um qualquer acaso Presidente da República Portuguesa, perguntou ao Embaixador de Cabo Verde se era seguro fazer no Sábado a aparatosa visita ao Bairro da Cova da Moura, por acaso situada em território português. Será isto normal?
Diálogos Imaginários
– Charles, por favor faça uma limonada fresca com açúcar e uma sanduíche de pão de centeio com queijo fresco.
– Com certeza menino, é só um momento.
– Com certeza menino, é só um momento.
17.6.05
Sonhar
Fim de tarde, quase noite, e o fresco verde em redor transmite calma. A estrada segue ondulando e desemboca numa pequena povoação. Abro a porta e os frescos dezanove graus obrigam a levar uma camisola para a noite. Entro no Pub e, apesar da falta de fumo, o ambiente convida-me a ficar. Peço um “pint” de Guiness e espero o frio anoitecer. A Irlanda é imagem recorrente em tempos de calor insuportável.
Humor negríssimo
(Há dois dias o trânsito em Lisboa estava insuportável, ruas cortadas em redor da Avenida da Liberdade e da Praça do Chile e engarrafamentos por todo o lado.)
Cunhal foi, de facto, sempre incómodo.
O DN de Quarta-feira tinha capa dupla com Álvaro Cunhal de um lado e Eugénio de Andrade do outro. Nos quiosques a que fui era a imagem do poeta que estava por cima. Será que anda uma onda reaccionária pelos vendedores de jornais?
Cunhal foi, de facto, sempre incómodo.
O DN de Quarta-feira tinha capa dupla com Álvaro Cunhal de um lado e Eugénio de Andrade do outro. Nos quiosques a que fui era a imagem do poeta que estava por cima. Será que anda uma onda reaccionária pelos vendedores de jornais?
15.6.05
Geração Hippie
Ouço Joan Baez e recuo para um passado para mim mais do que longínquo. Será que, caso fosse mais velho, teria virado Hippie?
14.6.05
Verano Azul
(Passa um loira estupenda pela praia)
Tito (em resposta a um comentário de Piranha): “Demasiado para mi body”
Tito (em resposta a um comentário de Piranha): “Demasiado para mi body”
7.6.05
Bravo
Para Pacheco Pereira no “Prós e Contras” de ontem. Entre a enervante desonestidade intelectual de Vital Moreira e o seu particular despique com Sérgio Ribeiro e a falta de coragem de dizer o que realmente pensa de Ribeiro e Castro, passando pelo legalismo de Jorge Miranda e as “boutades” divertidas mas inconsequentes de Miguel Beleza, Pacheco foi a voz da lucidez e aquele que mais contribuiu para o esclarecimento das pessoas sobre o Tratado Constitucional Europeu. Haja alguém.
6.6.05
Telemóvel
Ontem fui obrigado a largar o meu pequeno e levemente arcaico telemóvel. O estúpido deu em desligar a qualquer toque, comportando-se como uma jovem menina virgem e frígida perante um perigoso predador. Enfim, não há pachorra para esses filmes e só espero poder ressuscitá-lo para tirar alguma informação que ficou lá. Com a compra de um novo, entrei na modernidade do MMS (que acho que nunca vou usar) e da câmara fotográfica (para a qual tenho dificuldade em encontrar uso). Reconheço que o visor a cores é mais agradável, mas faz-me sentir com um complexo de novo-rico que ainda não sei como vou resolver.
2.6.05
Nee
Saiam tulipas em cascata neste quente dia de Primavera. Mais um “Não”.
E agora, qual será a desculpa? Mais uma vez o descontentamento com o governo? Excesso de haxixe? Demasiado tempo de exposição a quadros de Van Gogh? Falta de montanhas? Será óbvio que assumir democraticamente o “Não” como um simples Não é algo que não passará pela cabeça dos anjos democráticos de Bruxelas.
E agora, qual será a desculpa? Mais uma vez o descontentamento com o governo? Excesso de haxixe? Demasiado tempo de exposição a quadros de Van Gogh? Falta de montanhas? Será óbvio que assumir democraticamente o “Não” como um simples Não é algo que não passará pela cabeça dos anjos democráticos de Bruxelas.
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