26.6.09

Tirar palavras da boca

"Quem saiba alguma coisa do que é o país percebe a farsa que é a governação em Portugal."

"Gente que mente a toda a hora."

"Esta gente é um nojo."

Medina Carreira em entrevista a Mário Crespo na SIC Notícias.

Campanhas negras

A urdidura do "Freeport" já chegou ao sexto arguido. Parece que poder de Manuela Moura Guedes foi subestimado e ela consegue mandar na PJ e na Procuradoria. Devem ser super-poderes ocultos.

25.6.09

Petição

Este blog associa-se, uma vez mais, a uma petição. Cada vez mais a cidadania a isso obriga, contra a cegueira de poder de quem nos (des)governa. Desta feita é referente à "minha terra", onde uma interessante ideia de criar um Museu Ibérico de Arqueologia e Arte - com um acervo composto por uma valiosa colecção de arqueologia da Fundação Estrada e por peças doadas das suas colecções pessoais pelos artistas Maria Lucília Moita e Charters de Almeida - é ensombrada pelo edifício projectado para acolher o museu.
Está prevista a construção de um paralelepípedo de trinta metros de altura, cerca de 10 andares, com a assinatura do Arquitecto Carrilho da Graça, que vai causar um impacto irreversível na paisagem da cidade, nomeadamente por se situar no topo de uma colina que domina a cidade, estar inserido no centro histórico e ser implantado dentro da cerca do Convento de S. Domingos, datado do século XVI e classificado como Imóvel Interesse Público.

Maquete do projecto

Simulação do impacto do projecto na cidade

Estas imagens mostram bem a demonstração de poder de um autarca e de ego de um arquitecto.

Por tudo isto este blog assinou a petição e pede aos seus leitores que façam o mesmo.

Delírios

Há histórias de gentes ricas que, ao não gostarem da forma como são tratadas por alguma empresa, optam por a comprar. Novidade é haver um primeiro-ministro que queira, utilizando uma empresa de telecomunicações onde o Estado tem uma golden share, comprar uma grupo de comunicação onde lhe é feita supostamente a maior das oposições. Parece que há quem continue a viver numa redoma e a pensar que o povo é burro e não percebe estas negociatas.
Isto a propósito do delírio da PT querer comprar a Media Capital que é dona da TVI.

Campanhas negras

Há mais um arguido no Caso Freeport. A culpa deve ser de Manuela Moura Guedes.

18.6.09

Confrangedor

Foi uma triste noite. Aquele sentimento de vergonha alheia. Sócrates a tentar a humildade e a serenidade na entrevista à SIC. Embaraçoso. Tudo soou a falso, a encenado, a uma cena estragada por um mau actor. Lembrei-me de Diogo Morgado, dos actores dos “Morangos com Açúcar”, de grande parte dos actores portugueses quando fazem cinema. Erros de casting, erros na profissão, gente deslocada, “Lost in Translation”. Pode-se gostar, ou não, de Sócrates, mas a sua versão genuína é coerente. Eu não gosto, já não suporto mesmo, mas admito que faz sentido, ele é assim.
A sua versão delicodoce e calma foi penosa, mas ainda assim a sua genuinidade estava lá, ao manter o conteúdo apesar de camuflar a forma. Tudo assim foi ainda mais falso, pois ver alguém que quer passar por humilde dizer que está muito satisfeito consigo mesmo e que os únicos erros que se lembra, talvez por problemas de memória, são a falta de verbas para a cultura e uns pequenos erros de explicação de algumas reformas, diz tudo sobre a sua humildade.
O pior estava, ainda assim, reservado para o fim, quando escolheu um golpe baixo para dizer o que o distingue de Manuela Ferreira Leite, referindo duas “boutades” da líder do PSD para escarnecer dela e mostrar a sua genuína agressividade e arrogância. Talvez com isto se engane outra vez na forma, porque o povo português parece não gostar de faltas de respeito e Ferreira Leite é, pelo menos, uma senhora vetusta e que se dá ao respeito. Fico curioso de ver um debate entre os dois e de ver se Sócrates, perante Manuela, voltará a comportar-se como uma menino mimado, arrogante, impertinente e mal-educado. É que estas coisas são intrínsecas e só um grande actor pode conseguir superá-las, coisa que ontem se provou que Sócrates não consegue ser.

17.6.09

Acreditar, ou talvez não

Ver Sócrates em versão humilde é tão credível como se Manuela Ferreira fizesse um peeling, um lifting e um implante mamário, aparecendo de roupa justa e sexy a distribuir frenéticos beijos e a saltar exuberante em comícios, apregoando promessas e mostrando um optimismo ébrio.

16.6.09

Jamais

TGV na gaveta. Pelo menos até ver, o bom senso forçado lá chegou ao governo. Confesso um enorme gozo em ver o ministro Lino das certezas a recuar nas suas decisões inabaláveias e definitivas.

O quereres

Sócrates quer maioria absoluta para governar sozinho.
Eu, cá por mim, quero o primeiro prémio do Euromilhões. E até pode nem ser sozinho.

7.6.09

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Bem organizada esta coisa de já estarem a apresentar sondagens para as Legislativas que ... coisa estranha, dão vitória ao PS, assim como todas as que foram feitas antes destas europeias. Acreditará quem quer, mas a ver na exactidão destas...

Vale a pena pensar nisto

4,65% de votos em branco. Talvez desse para eleger um deputado.

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I de repente tudo mudou.

Copyright de um amigo meu no Facebook.

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Hoje pode ser o princípio do fim.

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Afinal é possível.

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A grande diferença entre Rangel e Vital é definitivamente a humildade. Bem à vista no discurso de vencedor de Rangel.

Intolerável

Para as nossas televisões parece que em Portugal só há cinco partidos. Ainda não vi um único resultado de pequenos partidos, nulos e brancos.

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Estou muito preocupado com a possível extinção dos sapos ao longo desta noite. Andam a ser engolidos por tanta gente do PS e do PSD que temo que desapareçam com demasiada rapidez. 

Ilusionismo

Parece que os espelhos multiplicadores de gente presentes nos comícios do PS afinal eram mais elaborados do que parecia. Fica a dúvida se não eram mesmo imagens virtuais.

Preocupante

No século XXI, BE e a CDU têm juntos mais de 20% dos votos.

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Alguém chamará incompetentes ou manipulados aos institutos que debitaram sondagens absolutamente erradas durante semanas a fio?

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Será que os resultados se devem a uma campanha negra ou a uma urdidura?

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Vital Moreira discursa e parece mais despenteado do que o costume. Além de votos, parece que faltou laca.

Enorme boa disposição

Regozijo com os resultados provisórios das eleições. 

2.6.09

Países tristemente diferentes

Uma música dos Xutos volta a não passar na telefonia. Os sorrisos de Moura Guedes são tidos como uma forma de má jornalismo. A palavra “corrupto” é banida de uma entrevista à RTP.
Em Inglaterra, uma investigação do Daily Telegraph levou ao rebentar de um enorme escândalo político. Não ficou presa por acusações de mau jornalismo, se houve pressões, em nada resultaram, e ninguém saiu à rua, com desplante, a gritar por campanhas negras, urdiduras ou cabalas. Ah! E os visados demitiram-se.

Porque ainda há fado. E cada vez mais.



Carminho, "Escrevi teu nome no vento".

1.6.09

Coisas que valem a pena – Sobre a República

Vasco Pulido Valente em entrevista ao Correio da Manhã (António Ribeiro Ferreira) e ao Rádio Clube Português (Luís Claro).

ARF - Vamos comemorar os 100 anos da República. No livro que lançou, sobre no período de 1910 a 1917, é muito contundente com a I República. Diz que foi um regime terrorista. Vamos andar um ano a chamar heróis a cidadãos que usaram o terrorismo?
- Criaram essa República e que conseguiram a partir de 1913 governar em partido único. Esse partido governou sempre, excepto numas interrupções provocadas por golpes militares, pronunciamentos militares, em que usaram, para se manter, métodos terroristas. E que viveu sempre em guerra com o País, guerra aberta com o País.

ARF - E porque é que se comemoram os 100 anos?
- Eu sei porque é que se vai comemorar isso. Porque a República teve uma reabilitação póstuma, que foi a reabilitação salazarista. Como os republicanos eram contra o Salazar e havia muita gente que era contra o Salazar começou-se a achar que a República era boa porque era antisalazarista. Porque os republicanos, certos republicanos, eram antisalazaristas e começou a criar-se a lenda de que se a ditadura salazarista era má a ditadura republicana, a que ninguém chamava ditadura, era boa. Hoje em dia passa por ter sido um regime muito meritório que não foi. Ainda por cima, o nome oficial da República era República Democrática Portuguesa. Tinha lá aquela coisa, mas aquele democrático estava ali como estava nos países comunistas.

ARF - Coreia do Norte e outros.
- Quase a Coreia do Norte. Não era tanto.

LC - Na sua opinião não devia haver comemorações?
- Não devia haver comemorações nenhumas. É um episódio triste da história portuguesa e não devia haver comemorações nenhumas. Para todos os efeitos foi uma ditadura. A ditadura não nasceu do vácuo, nasceu da República.

Coisas que valem a pena – Sobre o Portugal de hoje

Vasco Pulido Valente em entrevista ao Correio da Manhã (António Ribeiro Ferreira) e ao Rádio Clube Português (Luís Claro).

LC - Disse que se estivesse no lugar de José Sócrates se demitia, que não teria condições para ocupar o cargo. Acha que José Sócrates não tem condições?
- A premissa está errada. Se eu estivesse, eu nunca estaria no lugar de José Sócrates. Isso é uma coisa de imaginação, chamada de imaginação histórica. Mas contando que é um acto de imaginação histórica eu, de facto, se estivesse no lugar de José Sócrates preferia perder as eleições e ir para casa.

LC - Mas porquê?
- Porque ele esgotou as soluções que tinha e ele esgotou o crédito que tinha, sobretudo. Lembra-se do crédito que tinha há quatro anos? O homem inflexível, o reformador, o intransigente, o homem que não parava, o homem que ia mudar tudo e veja o estado em que está o País agora.

ARF - Exacto.
- Sem a reforma do Estado, com o défice muito pior do que tinha, a Justiça no estado em que está, não fez nada, não reformou nada, há o Magalhães e há o simplex e há assim umas coisas. Eu disse essa frase porque o crédito que ele tinha há quatro anos esgotou-se, ele esgotou-se como político, o crédito que ele tinha há quatro anos já não o tem e já não o torna a ter. Já ninguém vai reagir ao engenheiro José Sócrates como reagiu há quatro anos, com esperança, mesmo na direita. Em todo o PS e em grande parte do PSD e da direita. E isso acabou.

LC - Considera a maioria absoluta essencial para o País? Prevê um período de instabilidade se o PS não tiver maioria absoluta?
- Eu não prevejo, eu suspeito que o PS não vai ter maioria absoluta.

LC - Isso é um problema?
- Pode ser que seja um problema, mas não considero que seja um drama. A gente não pode estar a voltar ao partido único com duas cabeças, bicéfalo, o PSD e PS, para a necessidade que agora se está a querer fazer passar de que é preciso uma maioria. Ou seja, nós só podemos viver com partido único. No fundo, o que nos estão a dizer é que nós só podemos viver com um partido único.

ARF - Só somos viáveis com um partido único.
- Portugal só é viável com um partido único. Eu recuso-me a aceitar isso.

LC - Encontra alguma possibilidade, ou haja que é desejável, de alianças no próximo mandato?

- Eu não sei, não sou político, falta-me muita informação sobre o estado do País. Também falta aos políticos, é verdade que sim, mas eles têm maneiras de as arranjar mais facilmente do que eu. Falta-me informação sobre o estado do País, falta-me informação sobre o estado dos partidos, que eles com certeza têm. E só com essa informação é que eu poderia dizer que certas alianças são ou não possíveis.

LC - No caso do PS, historicamente, a coisa não tem resultado bem.

- Há tantas soluções possíveis. Falta discutir. Deixar de fazer disto um drama e discutir. Vamos ver como é que a gente resolve este problema. Calmamente. Tranquilamente vamos ver como. Ou então a gente diz assim: nós só podemos ser governados por um partido. De quatro em quatro anos temos de arranjar um partido. Uma ditadura de quatro anos se não o País não funciona. Não. Recuso isso.