30.1.06

Fútil

Fala-se de neve e de Bill Gates. Sampaio recebeu Cavaco e o F.C. Porto empatou ontem. Temas profundos que me fazem voltar ao livro de Edith Wharton e ás futilidades da Nova Iorque do princípio do século. Acho que estou a ficar farto de seriedades.

Neve

Ontem, pus a hipótese de descer a Calçada do Combro de saco de plástico caso a neve se fixasse no chão. Hoje, pergunto-me se seria da febre ou de uma adolescência tardia mal resolvida.

Espectral

O “O Espectro” já figura na lista aqui ao lado, mas o surgimento de Vasco Pulido Valente como bloguer justifica mais uma chamada de atenção. A seguir diariamente, esperando curiosamente a chegada do terceiro elemento referido por Constança Cunha e Sá. Imprescindível.

29.1.06

Hoje

Nevou. Estranhamente nevou.

3-1

Não foi mau ontem, parece que se fez Luz. Na Luz.

Fim-de-semana

Uma p… de uma virose – nome chique da actualidade para febres e afins – e a casa como refúgio do frio polar lá fora. Chá verde chinês e torradas com mel da Lousã.

Coisas da Vida Boa

No Telejornal da RTP1 de sexta-feira, a presença de António Rosado em estúdio a tocar alguns temas de Mozart. Comemorando os 250 anos do nascimento do génio, um telejornal diferente em que se descobre o sentido de “serviço público”.

27.1.06

Coisas que irritam

Chegar a um balcão e pedir um café. Puxar de um cigarro e esperar que nos tragam um cinzeiro. Não é lógico ter de pedir, o interesse maior de que não deitemos cinza e beatas para o chão deveria ser dos proprietários ou empregados. Trata-se de não sujar desnecessariamente o chão, de não o transformar num repelente caixote do lixo sobre o qual comemos ou bebemos. Claro que neste original país é raro que haja uma caridosa alma que nos impeça de atirar todo o lixo para o chão. Há hábitos que tiram qualquer pessoa com réstias de civilização do sério.

Esta semana

Semana de balanços e ataques políticos. A esquerda insulta o povo mostrando a concepção profunda que tem sobre a democracia – apenas é louvável quando dá resultados favoráveis. À direita algum prudente silêncio, será hora de pensar no futuro e numa desejável reorganização. No parlamento discutem-se saudáveis medidas desburocratizadoras. Voltámos a uma aparente normalidade que pode durar três anos. Hoje sai mais um gigantesco jackpot do Euromilhões e o tema mais interessante passou a ser o Benfica – Sporting de amanhã. Agora interessa mais discutir as razões da consecutiva titularidade de Sá Pinto e se devia jogar Nani ou Romagnoli do que discutir Cavaco ou Alegre. Ganhar na Luz é preciso, Cavaco já está em Belém, Soares foi copiosamente derrotado e o maquiavélico Sócrates está se a ver livre de todos os seus adversários. Que amanhã surjam motivos para comemorar.

24.1.06

Mail

Os senhores do Hotmail resolveram apagar toda a minha caixa de correio sem aviso prévio. Quer dizer, nas letras pequeninas dos estatutos que aceitamos, obviamente sem ler, parece que diz que ao fim de um mês sem consultar o mail o mesmo será apagado. Enfim, reconheço o autismo de não ler mails do blogue desde antes do Natal. Preguiças minhas. Claro que, como forma de protesto, já mudei para um endereço no Gmail.

23.1.06

Estupor

Sócrates, o José, mostrou ontem a sua índole – falta de educação, mau perder, desrespeito pelos adversários, excesso de mimo, arrogância – ao interromper propositadamente, outra conclusão será minada pela ingenuidade, o discurso de Manuel Alegre.

Sabujos

O facto de Sócrates, o José, interromper o discurso de Alegre é grave, mas não menos grave é que todos os canais de televisão lhe deram som e imagem. Alegre representou ontem 1 124 641 de portugueses, enquanto o candidato apoiado pelo PS teve 778 370 votos. Sócrates, o José, falava como secretário-geral do partido e não como primeiro-ministro. Que critério jornalístico lhe poderia dar prioridade a não ser o rastejar sabujo dos meios de comunicação perante o poder?

Cavaco II

A grande vantagem da vitória de Cavaco é passarmos a ter alguém a jeito para poder dizer mal. Basta uma ténue recordação dos anos de cavaquismo para me começar a deliciar e a afiar a língua.

Cavaco I

Ganhou e parabéns. Conseguiu o feito de tudo resolver à primeira volta.

Alegre

Podem-se arranjar as justificações que quiserem, 1 124 641 votos sem o apoio de partidos é obra! Alegre deu uma sonora e gigantesca bofetada de luva branca no PS, e por seu intermédio em todo o sistema partidário português. Que valha alguma coisa este resultado na reflexão sobre o nosso sistema político e os nossos partidos, talvez os que existem se renovem ou que outros apareçam, o essencial é que deixemos de os ver (e com razão) como puros sindicatos de poder.

Soares

Humilhação é suave, um tranquilo eufemismo, para descrever o score de Soares. Não valerá a pena bater mais com a marreta no homem. Resumindo, perdeu uma boa oportunidade para não sair de casa.

Louça

Desceu, o que foi bom. Teve mais de 5% e não ficou endividado, o que foi mau.

A expressão da noite

Madame Poliéster chegou a Belém.

O melhor da noite eleitoral

O tinto do Douro e o paio do lombo. Muito boas também estavam as empadas e a tarte. Excelente o “cheesecake”.

20.1.06

O “O Independente” outra vez


Cavaca ou o pesadelo. Quarto de leite Vigor na cabeça e boina Rua dos Fanqueiros. Filosele e Poliéster.
E o Palácio de Belém ali, tão bonito...As voltas que darão na tumba D. Maria I ou D. Amélia.

Coisas da Vida Boa

Noite bem dormida em cama de lavado. Lençóis de bom algodão engomados, pijama tirado do armário.

17.1.06

Será o que nos espera?


Reviver os bons tempos de "O Independente", a melhor coisa que o cavaquismo nos deu.

16.1.06

Alegre

Que alegre foi ver Alegre deixar a contenção a que se tem entregue durante a campanha para cilindrar o quase sempre intocável reverendo Louçã. Que alegre foi ver a reacção acossada de menino mimado pouco habituado a ser criticado como gosta de criticar os outros. Que alegre foi Alegre.

13.1.06


in "Tango"

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O Natal passou, assim como os Reis. Terminam as festas e fica o Inverno. Estamos neste interregno inócuo esperando a Primavera. Tempos de braseiras e casas fechadas, de casulos.

Diálogos Imaginários

– Charles, por favor faça as malas para o fim-de-semana.
– Com certeza, menino. Saímos ao fim do dia?
– Sim, Charles. E obrigado.

11.1.06

Tempo

Que sol! E eu aqui sentado, estupidamente frente a este ecrã. Há sol, mas um frio desencorajador deixa-nos tranquilos dentro desta estufa onde nos refugiamos. Falar do tempo como tema recorrente, uma idiotia para onde fugimos quando nos faltam temas, ou vontade de falar nalguns deles. E é o sol, e é o frio, e hoje por azar não há vento, essoutro tema vasto e estimulante. Há momentos em que definitivamente nos julgamos um poço de desinteresse, em que reconhecemos que estas linhas são um pavoroso exercício de encher chouriços com palavras. Enfim, todos temos direito a isso nesta blogosfera de liberdade, afinal sempre é mais inócuo do que desatar a insultar alguém, ou começar a discorrer um chorrilho de asneiras, ou bater à porta da vizinha que odiamos e desatar aos estalos consecutivos até que o nariz sangre e os olhos se molhem e a garganta doa de tanto gritar. E pronto, o sol está lindo e até a selva de betão parece bucólica com o brilho do frio, os pátios de betão parecem jardins de buxo, em desenhos elaborados, e o Tejo, esse, como sempre, parece mar, mas um mar bem transparente e antigo.

9.1.06

Idiossincrasias

“James Lins. O Playboy que não deu certo.”, de Mário Prata, e “O Príncipe e a Lavadeira”, do Padre Nuno Tovar de Lemos, ao mesmo tempo na mesa-de-cabeceira.

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Jardins de Monserrate, Sintra, 2003

Blogosfera

Novos blogues com passagem directa para a coluna do lado: o regresso de Pedro Lomba no “Vício de Forma” e a estreia de “O Espectro” de Constança Cunha e Sá.

6.1.06

Dia de Reis

Fra Angelico, Adoração dos Magos

País

Depois de Pina Moura talvez não falte muito para termos Mário Lino à frente do futuro aeroporto da Ota. Tudo normal, para um país de terceiro mundo em que nos vamos tornando..

Soares

Se é montagem é muito bem feita, tão genial que é impossível, se não é…
Chegou-me via e-mail um filme com declarações de Soares à Sic Notícias em que – a propósito de declarações de Ribeiro e Castro sobre a esquerda e o terrorismo – parece estarmos na presença de John Cleese e de uma das suas personagens do Monthy Python’s Flying Circus.

“- Ficou chocado com o que disse o líder do PP? – pergunta um jornalista.
- Não, não foi o líder do PP que disse isso. Aquela coisa a que eu me referi, do terrorismo, foi o líder do CDS que disse isso, o Dr. Ribeiro e Castro, que é uma coisa inaceitável e impossível. Ele diz aquilo e é ainda por cima deputado do PS, um dos grandes grupos do PS é o PS, o PS europeu, imagine como é que ele se vai entender com os colegas do parlamento a dizer essas coisas aqui no plano interno. E é feio, não é bonito, e é uma pena que seja um dos mais entusiásticos, se não o mais entusiástico, apoiante do Dr. Cavaco nesta eleição.” (sic.)

3.1.06

Agora

Passada a frenética época com que o ano acaba, partindo os amigos emigrantes que por agora à terra voltaram para matar saudades. Passados os balanços do que passou e a determinação para o que há-de vir. Passados os presentes e os ajuntamentos de amigos e familiares. Passado tudo isto, voltemos à normalidade modorrenta do nosso dia-a-dia comezinho e desinteressante. Passada a tormenta voltemos a navegar numa calma bolina, ao largo e sem sobressaltos.

Balanços

Reservo-me o direito de não fazer balanços do ano. Não há tops de melhores ou piores, de favoritos ou detestados. Foi apenas um ano que passou, com coisas boas e más, como todos. Nesta passagem apenas um certo desejo de continuidade, apesar de tudo.

Coisas da Vida Boa

Fim-de-semana com amigos no campo. Sopa de cação e entradas gourmet em barda. Bons vinhos, caipirinhas, champanhe, vodka e whisky. Música sempre a dar, começando em crescendo com um “revival” dos anos 80. Tudo a apontar para um salto para o novo ano seguido de conversa calma à volta da braseira. Animação inesperada, só muito depois seguida da conversa. O ano novo a chegar em casa, espontâneo, entre amigos e a comer e beber bem.

2.1.06

Ano Novo

Regressado da província, o Anarcoconservador deseja a todos os seus leitores um estupendo ano de 2006.