11.1.06

Tempo

Que sol! E eu aqui sentado, estupidamente frente a este ecrã. Há sol, mas um frio desencorajador deixa-nos tranquilos dentro desta estufa onde nos refugiamos. Falar do tempo como tema recorrente, uma idiotia para onde fugimos quando nos faltam temas, ou vontade de falar nalguns deles. E é o sol, e é o frio, e hoje por azar não há vento, essoutro tema vasto e estimulante. Há momentos em que definitivamente nos julgamos um poço de desinteresse, em que reconhecemos que estas linhas são um pavoroso exercício de encher chouriços com palavras. Enfim, todos temos direito a isso nesta blogosfera de liberdade, afinal sempre é mais inócuo do que desatar a insultar alguém, ou começar a discorrer um chorrilho de asneiras, ou bater à porta da vizinha que odiamos e desatar aos estalos consecutivos até que o nariz sangre e os olhos se molhem e a garganta doa de tanto gritar. E pronto, o sol está lindo e até a selva de betão parece bucólica com o brilho do frio, os pátios de betão parecem jardins de buxo, em desenhos elaborados, e o Tejo, esse, como sempre, parece mar, mas um mar bem transparente e antigo.