Entusiasmado por em final saber por música no blog, entram hoje em acção mais dois leitores, o Fonógrafo e o Gira-discos, a juntar à Grafonola.
O Fonógrafo estreia-se com Amália a cantar “Vagamundo” – com música de Alain Oulman e letra de Luís de Macedo –, gravado em 1962 no disco que veio a revolucionar toda uma maneira de encarar o fado, o "Sem título" e posteriormente entitulado “Busto”.
O Gira-discos começa de forma cool, com a interpretação de Chet Baker em Flugelhorn de “Baby Breeze” de Richard Carpenter, gravado em Novembro de 1964 no disco com o mesmo nome.
30.3.06
O Fonógrafo e o Gira-discos
Justiças
No processo Casa Pia parece que já se encontraram vítimas, tanto que o estado terá – e muito bem – que as indemnizar. A questão é que caminhamos a passos largos para não ter culpados, seja por absolvição, falta de provas ou prescrição. Enfim, o costumeiro país da justiça onde dá um enorme gosto viver.
28.3.06
Imagem e palavras
Convento da Arrábida, 2004
E do velho fez novo, dando-lhe alicerces e estrutura – tudo simples, tudo puro –, para erguer uma nova construção, um pouco velha, um pouco nova. Despojada, essencial. Sem ornamentos desnecessários, sem fugir à simplicidade das formas. Recuperando e reaproveitando o bom, o original, o que conduzia a Ele, edifício universal e perfeito.
27.3.06
25.3.06
Na Grafonola
Hoje, mudança na grafonola aqui do lado: “Alguien le dice al Tango”, com letra de Jorge Luís Borges e música de Astor Piazzolla; no bandonéon Daniel Binelli e na voz Jairo.
23.3.06
Ontem
Coisas da Vida Boa
Passear no Chiado e ter um súbito e incontrolável ataque de fúria consumista. Chegar a casa com sacos muitos e voltar a provar a roupa ao som de novos discos. Ir para a cama com livros novos na mesa-de-cabeceira.
21.3.06
Poesia
17.3.06
St. Patrick's Day
Cores
16.3.06
Coisas do M(e/a)u Feito
15.3.06
14.3.06
Modernices
Para começar, uma escolha incontornável: o grande Vinicius de Moraes. Podemos ouvir aqui uma interpretação ao vivo – em “La Fusa” de Mar del Plata, em 1971 – com Toquinho, do clássico “Tarde em Itapoã”. A apresentação da música é, como quase sempre nos concertos de Vinicius, uma delícia que nos faz querer lá estar. Lá, onde ele estava a cantar, e lá, onde ele pensou a música entre cachaça e água de coco, pisando areias da praia: ”con la mirada perdida en el encuentro de cielo e mar, bien despacito, parece que sentimos toda la tierra a rolar”.
13.3.06
O Espectro
“O dr. Cavaco não desembarcou ontem de Boliqueime e a cabeça dele não é um mistério. Nunca percebeu o país que governava e, hoje como ontem, sempre o quis transformar num "bom aluno" da Europa: sério, cumpridor e "moderno". Como? Aplicando, "com rigor", o "modelo" de Bruxelas: no fundo, o modelo clássico da "social-democracia", corrigido por algum "liberalismo" relutante e forçado. Não lhe ocorreu que esse "modelo" pudesse não servir à nossa velha cultura de isolamento e miséria, e à nossa classe "dirigente" irresponsável, oportunista e crassa. O resultado não se recomenda. Mas Cavaco não aprendeu nada no exílio. Volta disposto a repetir a dose, "em comum" com o governo, se o governo deixar. Ou seja, ponto a ponto, "medida" a "medida" vai tentar refazer o Portugal imaginário do seu tempo de glória. Um exercício inútil, como já se provou.”
Fim-de-semana
Naval
O que eu gosto da minha Figueira, nem a distância me a faz esquecer. Que simpática a sua visita de ontem a Lisboa. Que bons ares marítimos e o sopro da Serra da Boa Viagem.
9.3.06
Estado do Sítio
Guiava ontem tranquilamente por Lisboa e comecei a sentir a opressiva presença de polícias em quantidades absurdas. A ideia de golpe de estado assaltou-me, mas pensei mais friamente – de quem e contra quem. Loucos insatisfeitos seremos muitos, mas na sua maioria preguiçosos e com pouca vontade de maçadas.
8.3.06
Estado da Arte
Coisas do M(e/a)u Feitio
6.3.06
Como eu a compreendo
Danuza Leão em entrevista à revista Sábado
3.3.06
Anúncio de imprensa II
1.3.06
Carnaval II
Carnaval
Marcha de Quarta-Feira de Cinzas
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas foi o que restou
Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri
Se beija e se abraça
E sai caminhando
Dançando e cantando cantigas de amor
E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade
A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir
Voltou a esperança
É o povo que dança
Contente da vida, feliz a cantar
Porque são tantas coisas azuis
E há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar de que a gente nem sabe
Quem me dera viver pra ver
E brincar outros carnavais
Com a beleza dos velhos carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando seu canto de paz
Seu canto de paz
Vinicius de Moraes