1.10.09

Um nojo

Fiquei incrédulo ao ouvir António Costa declarar, no “Esmiuça os sufrágios”, que Santana Lopes queria tirar o Instituto Português de Oncologia para o substituir por um parque de diversões. Dito assim, “tout court”, como se fosse uma troca por troca de alguém que achava a diversão mais importante do que o cancro. Esta não é uma interpretação pessoal, ele disse mesmo isto e com esta intenção clara. A coisa não foi sequer uma gaffe, pois pode ler-se num post do blog da candidatura de António Costa: “Enfim, para quê cuidados de saúde quando podemos ter farturas e algodão-doce?” assinado por um tal Tiago Antunes.

É evidente que ontem Santana explicou e respondeu e o mínimo de decência que pode restar a António Costa, depois deste intolerável insulto, devia-o obrigar a um pedido público de desculpas. Há gente que tem de perceber que a política não é um combate de “vale tudo”, nem de boxe tailandês, há um mínimo de civismo e educação. A canalhice é tal que é por estas e por outras que, contra toda a inteligentzia, Santana ainda vale muitos votos. Costa até pode ser melhor candidato do que Santana, mas a continuar assim é bom que se lembre como é que João Soares perdeu as eleições para a Câmara de Lisboa.

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