"Ao chegar a Deli conhecemos o cheiro a Índia, essa mistura de calor, humidade e especiarias, tão própria e única. Apanhamos um táxi para o hotel. Somos então tomados por uma vertigem alucinante, o trânsito de Deli dava tema para um ensaio. A condução à esquerda já daria para nos baralhar, mas isto não é nada comparado com o constante slalom por entre camiões e motas. É noite e tudo deveria estar calmo, apenas estranhamos a quantidade de camiões e as buzinadelas. A buzina é o instrumento preferido aqui, os piscas tornam-se acessórios, suplantados por estratégicas buzinadelas. Chega ao ponto de os camiões terem pintado atrás "Horn Please".
O motorista deambula em S's por entre os carros, sempre impávido perante tangentes micrométricas a tudo o que passa. Isto é a Índia, e no dia seguinte iremos perceber isto maximizado por um trânsito intenso e caótico. A segurança do volante só é compreendida após horas em trânsito, de facto a placidez dos motoristas é justificada. Tudo funciona numa anarquia organizada. Como se do caos surgisse uma incompreensível ordem por todos assumida."
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