6.8.04
Crónicas da Figueira III
As deslocações épicas por entre camionetas atulhadas de tudo, como se uma mudança anual nos transportara para outra dimensão, para outro país ou continente, para uma outra existência. A etapa de Agosto partia o ano, quebrava uma apatia provinciana que se arrastava por meses, sempre com o desejo e a meta do verão. Hoje tudo é diferente, em vidas por vezes frenéticas e anónimas em que é difícil encontrar locais em que o tempo custa a passar e nos quais nos sentimos irremedialmente em casa. A romagem anual devolve-nos a outras vivências que abundantemente esquecemos, a uma inocência a que regressamos com saudade, com este sentimento de não poder, nem querer, recuar, mas sim de recordar e, porque não, reviver.
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