16.3.05

Cuidado

Santana desfez finalmente o tabu, afinal regressa à Câmara de Lisboa. Discute-se agora a legitimidade desta opção: legalmente penso ser incontestada, afinal ele nada teve de fazer para voltar à autarquia, a lei assim o designou; politicamente há um facto – aquele que foi apontado para que a mesma pessoa não tivesse legitimidade para chefiar o governo – indesmentível, o senhor foi eleito para esse cargo e apenas volta para o concluir; eticamente a coisa pia mais fino, afinal o senhor foi a votos – apesar de ser em legislativas que não é, obviamente, a mesma coisa – e levou com uma derrota estrondosa (em particular em Lisboa).
Santana parece envolto numa qualquer loucura, que hesito a atribuir a álcool ou drogas, desde que se tornou Presidente da Câmara de Lisboa. As suas decisões são erráticas, incompreensíveis, disparatadas. Obviamente que se deveria remeter a um silêncio cauteloso e a deixar o tempo passar. Assim não quis. Pagará Lisboa, pois com apenas alguns meses de mandato – até a uma provável recandidatura – vão-se avolumar as medidas em cima do joelho, as tontarias mediáticas, os outdoors a crescerem como cogumelos. Lisboa pagará, pois é a vítima mais fácil para que a Vítima se vingue que quem o vitimizou. O Guerreiro-Menino precisa de guerra e a capital irá ser um belo palco de batalha. Vamos esperar avisados, começando já a estruturar guerrilhas urbanas para impedir torres em Alcântara e mais túneis disparatados, e a criar uma brigada anti-outdoor com o objectivo de dar um prémio a quem mais outdoors conseguir deitar abaixo.

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