17.3.05

Sol

De consciência pesada um sol de Primavera. O país está seco – e também um bocadinho seca – e dou por mim a olhar agradado o sol pela janela ao som de Brahms. O que é bom terá necessariamente de fazer mal? Agora até um simples estado de alma é meio caminho para a culpabilização. Apetece dizer que se lixe o país, mas como é que vão ser os campos alentejanos em Abril, onde vão estar as cores que neles brilham sob os sobreiros. No distanciamento da minha janela é fácil ironizar, mas o caso é mais sério do que a socratização do país, essa talvez cause menos danos do que a falta de chuva.