Como sempre, as datas passam por aqui registadas em atraso. Umas vezes, recupera-se a oportunidade de as referir, outras, envergonhadamente, deixam-se passar como o vento. Até o segundo ano deste blog passou, há uns dois meses, sem que eu desse por isso e só por acaso me apercebi, data passada, da ocorrência. Lembrar datas não é comigo, e só a agenda, a velha manuscrita e gasta, me ajuda a fugir de falhas, ás vezes graves.
D.Pedro V (150 anos sobre a entronização)
D.Pedro V (150 anos sobre a entronização)
Aquele de quem podemos dizer que faltou tempo para poder ser, de facto, o real D. Sebastião. Culto e preparado, monástico e moderno. O rei que Portugal precisava e não teve. Passados 150 anos estamos como estamos, talvez assim não estivéssemos não fora ele morrer tão cedo.
Eça de Queiroz (160 anos sobre o nascimento)
Quanto a Eça, enfim, talvez só para o ano, mas proximamente, uma visita a Tormes. Reler, uma vez mais – e porque não –, a “Cidade e as Serras” e passear lado a lado com Jacinto por entre os bosques em redor da casa. Por agora, mais uma data cumprida sobre a vinda ao mundo daquele que é um dos maiores da escrita e do português.
Pessoa (70 anos sobre a morte)
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem de passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.