Após um glorioso dia de praia no Guincho, em que o calor só se aplacava com imersões refrescantes, aceito que chegou o verão. Este blog retoma a sua cor estival, o seu tom suave de areia mais adequado à época. Poderá também descambar para postas dignas da estação tola, um pouco por força do cérebro tender a derreter perante o calor.
30.7.07
27.7.07
Ainda a “alegada” licenciatura
Chego, via Impensável, a um artigo do The Independent sobre a alegada licenciatura de Pinto de Sousa. O texto será decerto classificado como mais uma peça de jornalismo deplorável, sem rigor e com uma má investigação e confirmação de fontes. Coisas que acontecem em países atrasados e com maus jornais que não têm uma ERC para os pôr na devida ordem.
25.7.07
Justiça
Aquando das presidenciais, muita gente amiga questionou o meu voto, ainda por cima convicto, em Manuel Alegre. Leio hoje um artigo seu em que se insurge contra a falta de liberdade e o amordaçamento da opinião no país. Nada mais certo, nada mais actual, ainda por cima com o vergonhoso arquivamento do processo Charrua e a continuidade impune da directora-geral que ainda por cima promoveu o bufo. Manuel Alegre é, ainda, do partido do poder e podia estar tranquilamente a usufruir das mordomias daí resultantes, no entanto, e uma vez mais, mostrou a coragem de ser contra-poder e escreveu um artigo que fará mais contra Pinto de Sousa do que um ano de Mendes ou Menezes. Tudo isto vem-me lembrar uma coisa, a justeza do meu voto. Quem ouviu, até hoje, palavras, ainda que remotamente parecidas, da boca do nosso Presidente da República? Muitas vezes são as pequenas atitudes que definem os homens.
24.7.07
Por momentos...
Leio no DN: "Pinto de Sousa acusado pelo Ministério Público". Sustenho a respiração e imagino o que o nosso primeiro-ministro possa ter feito para que, no estado em que as coisas estão, o Ministério Público tenha tido o topete de o acusar de algo. Linhas abaixo leio que são acusações de corrupção sobre árbitros e fico um pouco baralhado até perceber que a notícia se refere a um ex-presidente do conselho de arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). O Pinto de Sousa afinal é outro, mas esta coisa dos jornalistas não escreverem devidamente as notícias leva a confusões manifestamente desnecessárias.
20.7.07
A não perder
Ainda a propósito do meu jantar de ontem, falou-se sobre esta música e corri ao You Tube na esperança de a encontrar. Prova superada e aqui está: "Something Stupid" de Frank e Nancy Sinatra, na versão portuguesa "Tu, Só tu" por Simone e Marco Paulo. Um mimo.
19.7.07
O verão anda hesitante por aí
"Taverna by the sea"
Ática, perto de Sounion, Grécia. 1937.Copyright: Herbert List / Magnum Photos
Aborrecimentos
O dito Quarteto que resolveu reunir-se em Lisboa baralhou a cidade com os esquemas de segurança. Isto de ter de receber gente com a cabeça a prémio, coisas da Presidência Europeia, é uma imensa maçada, pelo que o melhor mesmo é aproveitar os conselhos do Nóbel e passar tudo para os espanhóis, ao menos passam a aborrecer os madrilenos e deixam-nos por aqui em paz.
18.7.07
Ele há gente!
A Presidente da Distrital do PSD de Lisboa – Paula Teixeira da Cruz – achou por bem demitir-se, após longa e ponderada reflexão depois da noite eleitoral que lhe correu de feição. Até estranho que se o tenha feito, pois a senhora parece ter Super Cola 3 nas mãos no que diz respeito ao poder e, tal como fez com a Presidência da Assembleia Municipal, achei que se ia agarrar à Distrital com o tal produto que até colava cientistas ao tecto. Engano, lá se demitiu, mas, e há sempre um mas, não assumiu ainda assim o magnífico resultado do seu partido, pois parece que a culpa afinal não foi dela e, pasme-se, também não foi de Carmona, foi do Presidente da Câmara de Gaia e dos seus seguidores. Mau perder ou falta de espírito democrático?
17.7.07
Coisas da Vida Boa
As novas colecções da Livros Cotovia – Dona Raposa e Raposa Matreira – que se prevê façam chegar à língua portuguesa alguns mestres da literatura inglesa. Waugh (o Evelyn, finalmente traduzido), Mittford e o mais que delicioso P.G. Wodehouse que me acompanhou no último par de dias arrancando-me estridentes, prolongadas e gostosas gargalhadas.
Antes o futebol
Os eleitores que votaram no novo Presidente da Câmara não chegavam para encher o Estádio da Luz, os de Carmona e Roseta juntos excediam em pouco a lotação de Alvalade e os do PSD cabiam à vontade no Estádio do Restelo.
16.7.07
Vitória
António Costa era número dois de um governo eleito com maioria absoluta. Costa candidatou-se contra um PSD esfrangalhado pela polémica com Carmona. Costa surgiu com o élan dos grandes vencedores, bem medido nos apoios que tinha. Costa pediu durante toda a campanha que lhe dessem a maioria absoluta. António Costa acabou por ganhar as eleições com seis vereadores em dezassete. Que grande vitória!
Coerência
Depois do atropelamento de Pinto de Sousa a Manuel Alegre, o PS manteve-se coerente e António Costa atropelou ontem a declaração de Helena Roseta. Como diria o insigne Jorge Coelho: quem se mete com o PS leva. Nem mais!
Massas
A grandeza da vitória mobilizadora de Costa esteve bem expressa nos militantes que para a comemorar vieram de Mafra, Cabeceiras de Basto ou Alguidares da Beira.
13.7.07
11.7.07
Sindicato de interesses I
Como a sonífera campanha deixava adivinhar, os candidatos à Câmara de Lisboa parece que andam numa arrastada sesta que até os impede de ler jornais. Aqui já se falou faz algum tempo do convite a Júdice e das questões éticas em redor de Manuel Salgado, no que parecia a criação não de uma lista à Câmara, mas de um sindicato de interesses em redor de Lisboa com o apoio expresso do governo. O despertador lá tocou e, depois de anteontem se atirarem a Salgado, ontem foi a vez de Júdice revelar estar pronto a aceitar o cargo de coordenador da recuperação da frente Tejo de Lisboa perante a indignação geral dos candidatos.
Sindicato de interesses II – Política de mercado
Alguém acredita que relação entre o convite, do governo, e a saída do PSD e o estatuto de mandatário de António Costa será uma absoluta coincidência, sem nada a apontar em termos de arranjinhos e ética política? Júdice é, inquestionavelmente, um advogado bem sucedido profissional e economicamente, mas a atracção do poder revelou-se e, como seria uma enorme maçada lutar por ele indo a votos, lá resolveu a questão com a ajuda de Pinto de Sousa e de Costa. A coisa tem o mérito de não ter sido secreta, ao contrário do que alguns candidatos agora querem fazer querer, Júdice simplesmente vendeu o seu apoio a Pinto de Sousa, nas suas crónicas de opinião, e a Costa, aceitando ser seu mandatário, em troca de um cargo de enorme prestígio e poder. O argumento de que não será remunerado não me parece ter qualquer importância, até porque falamos de alguém que disse que o Estado apenas deveria recorrer aos cinco maiores escritórios de advogados do país, entre os quais o seu, sendo que com as boas relações que mantém com Pinto de Sousa não será difícil de perceber a via aberta que terá para os negócios do Estado.
Sindicato de interesses III – Ligações dúbias
Quanto ao arquitecto Manuel Salgado, parece que ele diz que vende o atelier caso seja eleito vereador e que, como tal, fica sem interesses em Lisboa. Se tivesse oportunidade, gostava lhe fazer as seguintes perguntas em relação aos seus projectos que estejam a aguardar aprovação: Vai dizer aos promotores que já não podem construir como seu projecto? Vai passar o seu projecto a outro arquitecto para o poder aprovar? Vai arranjar forma de que, apesar de ser o vereador do Urbanismo, a aprovação do projecto não dependa de si?
O interesse de um arquitecto num projecto não termina nunca, mas se podemos definir um limite de interesse real, esse limite é o fim da construção do mesmo. Por isso não tem qualquer importância saber que projectos Salgado já fez em Lisboa, o que importa é saber quantos e quais estão para aprovação na Câmara, pois serão estes a ter um real interesse para ele, para os promotores imobiliários e para a Câmara, e incorrem, sem qualquer dúvida, num enorme conflito de interesses.
Aquilo que se adivinhava com os nomes escolhidos parece estar a concretizar-se – e nem vou falar de Nogueira Pinto que também parece estar a comprar o seu lugar no Plano Baixa-Chiado com o apoio a Costa –, a candidatura de Costa não é uma lista concorrente à Câmara com uma ideia para Lisboa, é um sindicato de interesses organizados que, ainda antes de entrar em funcionamento, já começa a ser conhecido. Esse mérito lhe seja dado, assim ao menos as pessoas têm oportunidade de saber naquilo que estão a votar.
O interesse de um arquitecto num projecto não termina nunca, mas se podemos definir um limite de interesse real, esse limite é o fim da construção do mesmo. Por isso não tem qualquer importância saber que projectos Salgado já fez em Lisboa, o que importa é saber quantos e quais estão para aprovação na Câmara, pois serão estes a ter um real interesse para ele, para os promotores imobiliários e para a Câmara, e incorrem, sem qualquer dúvida, num enorme conflito de interesses.
Aquilo que se adivinhava com os nomes escolhidos parece estar a concretizar-se – e nem vou falar de Nogueira Pinto que também parece estar a comprar o seu lugar no Plano Baixa-Chiado com o apoio a Costa –, a candidatura de Costa não é uma lista concorrente à Câmara com uma ideia para Lisboa, é um sindicato de interesses organizados que, ainda antes de entrar em funcionamento, já começa a ser conhecido. Esse mérito lhe seja dado, assim ao menos as pessoas têm oportunidade de saber naquilo que estão a votar.
10.7.07
Coisas de Comida
Pede-me o Impensável que entre na cadeia alimentar das últimas cinco refeições que circula na blogosfera. Dada a manifesta vergonha de confessar o meu almoço de Domingo, protelei em um dia a resposta tentando que, com verdade, pudesse falar dos meus hábito alimentares mais recentes sem a espada da chacota sobre o meu pescoço.
O jantar de Domingo (repare-se que o almoço já foi esquecido):
Bifes de frango temperados com limão, Mélange Tangériene e Gengibre, acompanhados por couscous.
Vinho branco Duque de Viseu.
Café Decaffeinato Intenso (Nespresso) e um Português Suave.
(ficou a faltar: uma salada de rúcola temperada com azeite e vinagre balsâmico; umas fatias de manga)
Pequeno-almocei ontem:
Torradas de pão de mistura com manteiga e compota de chá Marco Pólo da Mariáge Fréres, acompanhadas pelo excelente “Thé dês Poêtes Solitaires” da mesma marca.
Café Arpeggio (Nespresso).
(ficou a faltar a fruta, talvez num sumo de tangerina)
Almoço:
Umas singelas salsichas frescas com arroz branco e um ovo estrelado.
Capriccio (Nespresso) e um Português Suave.
(faltou, por manifesta incúria, uma saladinha de tomate e pepino – temperada com azeite, vinagre de vinho branco e flor de sal – e também um pouco de queijo da Ilha de S. Jorge com compota de framboesa.)
Jantar:
Lombos de pescada no forno em papel de alumínio, temperados com noz-moscada, pimenta, louro e um pouco de piripiri seco, acompanhados por uma salada de tomate com manjericão fresco e batatinhas novas no forno.
Decaffeinato Intenso (Nespresso) e um Português Suave.
(faltou queijo fresco com pão de mistura)
O almoço de hoje foi:
Sopa de legumes.
Chocos grelhados com batata cozida e salada de alface e cenoura.
Salada de frutas.
Café e um Português Suave.
(faltaria uma salada mais completa e um adequado molho de vinagrete para os chocos)
Quanto à cadeia acho que vai ficar por aqui. Não vou passar, por hora, a ninguém esta mensagem. Sim, um pouco desmancha-prazeres, é um facto, mas enfim, assim será.
P.S. O almoço de Domingo foi mesmo muito mau, mesmo dentro do escolhido, que já nada de bom augurava, estava mesmo muito mau, daí a caridade de não partilhar um momento tão traumatizante.
O jantar de Domingo (repare-se que o almoço já foi esquecido):
Bifes de frango temperados com limão, Mélange Tangériene e Gengibre, acompanhados por couscous.
Vinho branco Duque de Viseu.
Café Decaffeinato Intenso (Nespresso) e um Português Suave.
(ficou a faltar: uma salada de rúcola temperada com azeite e vinagre balsâmico; umas fatias de manga)
Pequeno-almocei ontem:
Torradas de pão de mistura com manteiga e compota de chá Marco Pólo da Mariáge Fréres, acompanhadas pelo excelente “Thé dês Poêtes Solitaires” da mesma marca.
Café Arpeggio (Nespresso).
(ficou a faltar a fruta, talvez num sumo de tangerina)
Almoço:
Umas singelas salsichas frescas com arroz branco e um ovo estrelado.
Capriccio (Nespresso) e um Português Suave.
(faltou, por manifesta incúria, uma saladinha de tomate e pepino – temperada com azeite, vinagre de vinho branco e flor de sal – e também um pouco de queijo da Ilha de S. Jorge com compota de framboesa.)
Jantar:
Lombos de pescada no forno em papel de alumínio, temperados com noz-moscada, pimenta, louro e um pouco de piripiri seco, acompanhados por uma salada de tomate com manjericão fresco e batatinhas novas no forno.
Decaffeinato Intenso (Nespresso) e um Português Suave.
(faltou queijo fresco com pão de mistura)
O almoço de hoje foi:
Sopa de legumes.
Chocos grelhados com batata cozida e salada de alface e cenoura.
Salada de frutas.
Café e um Português Suave.
(faltaria uma salada mais completa e um adequado molho de vinagrete para os chocos)
Quanto à cadeia acho que vai ficar por aqui. Não vou passar, por hora, a ninguém esta mensagem. Sim, um pouco desmancha-prazeres, é um facto, mas enfim, assim será.
P.S. O almoço de Domingo foi mesmo muito mau, mesmo dentro do escolhido, que já nada de bom augurava, estava mesmo muito mau, daí a caridade de não partilhar um momento tão traumatizante.
O escândalo do debate
A sabujice da RTP, que conseguiu que o aeroporto de Lisboa se tornasse assunto acessório e poupou António Costa a ter de se pronunciar sobre ele.
Uma imagem do debate
O ar incrédulo e fascinado de Costa perante as intervenções de Gonçalo da Câmara Pereira.
5.7.07
Lisboa
Uma luz brilhante realça contornos de árvores e do casario. E o Tejo, sempre o Tejo, imenso e largo, num azul mexido por vento e cacilheiros. Os pássaros, tantas vezes ausentes, pousam suavemente nas mesas, pequenos pardais saltitantes que nos distraem, personagens secundárias da estrela costumeira, o universo azul brilhante aos pés de telhados que descem em escada. A beleza absorve o ruído e há um quê de província, de outros tempos, que traz um optimismo cada vez mais escasso.
O fascínio de Lisboa deve-se em muito a sítios quase secretos, quartos escondidos, na aparência reservados a iniciados de uma qualquer sociedade, mas descobertos com facilidade por quem tenha na vida a procura como um fim e, como Corto Maltese, sempre esteja em busca de um tesouro perdido, de mais um tesouro perdido, e como Corto não o faça por um espírito mercenário, mas por um simples querer encontrar.
Dias como hoje, com momentos em refúgios de paz e beleza, fazem crer em Lisboa e suspirar com desesperada ansiedade para que a não estraguem, para que a não tornem numa cidade asséptica e anónima, negação absoluta do que sempre foi a essência de Lisboa.
O fascínio de Lisboa deve-se em muito a sítios quase secretos, quartos escondidos, na aparência reservados a iniciados de uma qualquer sociedade, mas descobertos com facilidade por quem tenha na vida a procura como um fim e, como Corto Maltese, sempre esteja em busca de um tesouro perdido, de mais um tesouro perdido, e como Corto não o faça por um espírito mercenário, mas por um simples querer encontrar.
Dias como hoje, com momentos em refúgios de paz e beleza, fazem crer em Lisboa e suspirar com desesperada ansiedade para que a não estraguem, para que a não tornem numa cidade asséptica e anónima, negação absoluta do que sempre foi a essência de Lisboa.
3.7.07
Admirável Social-fascismo
A sanha persecutória do executivo Pinto de Sousa continua o seu frenético caminho. Depois do professor Charrua e da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, agora vamos ter controlo sobre a recepção de correspondência pessoal. Esta magnífica ideia vem de uma senhora de nome Ana Maria Correia, coordenadora da sub-região de Saúde de Castelo Branco, que achou por bem emitir uma nota interna onde revela que a correspondência dirigida pessoalmente a determinados funcionários vai passar a ser aberta. Esta medida tem ao menos o mérito de ser feita ás claras, pois, a avaliar o que se vai passando neste alegre social-fascismo, não é de admirar que em muitos serviços públicos já se recorra à tradicional cafeteira de água a ferver para abrir envelopes sem deixar marca.
2.7.07
Tangerina e Pêssego
O dia de praia agradável, um café com o mar aos pés enquanto o sol se encobre com o capacete de algodão vindo de Sintra. O bulício do centro e os turistas, muitos barcos na marina e marinheiros em terra. Uma pequena espera e a escolha dos dois sabores: tangerina e pêssego. No Santini, como é evidente, onde me sinto um infame explorador ao conseguir um pedaço de céu por irrisórios dois Euros. Os gomos de tangerina desfaziam-se sobre as papilas gustativas, o cheiro e sabor do pêssego quase me fazia temer uma lambidela sobre pele de veludo. Não posso reproduzir o comentário que fiz após iniciar o inebriante processo de ingestão, mas posso garantir que melhor do que estes gelados não haverá assim tanta coisa no mundo.
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