20.3.09

Fim-de-semana

Faz parte desta altura do ano ser repetitivo. Ano após ano em que me desloque ao Alentejo no início primavera volto a falar do assunto. Inevitável. Nem vagamente sou imune ao esplendor cromático dos campos, à sua beleza bucólica e vasta. A vastidão é hoje menos impressionante depois de ter estado em terra realmente vastas, longínquas e quase infinitas. Ainda assim é a nossa vastidão, pequena, limitada, humilde e simples. Também muito nossas são as cores, aquelas cores indefiníveis e que choram por não terem tido um Van Gogh que as perpetuasse. A serenidade invade os olhos de quem pode admirar esta natureza que sempre insiste em nos surpreender, seja por formas inauditas que empresta a troncos de sobreiros, seja por um novo pantone de roxos que aplica em herbáceas. O Homem prudente não estragou aqui a oferta que Deus em bom dia lhe deu. Preserva, tira partido e também, como se tal fosse possível, melhora em alinhamentos de choupos junto a linhas de água, escultóricos montes de palha ou singelas casa brancas no cimo de montes.

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