Ontem, enquanto caminhava ao lado de alecrins em flor, realizei que já cheira a primavera. O sol brilhava e as preocupações iam-se tornando etéreas. Depois de jantar um tagliatelle com presunto tudo estava bem, até encontrar Medina Carreira em entrevista a Mário Crespo. Passado meia hora ouvia trovões e relâmpagos entravam pelas frestas das persianas. Ainda pensei agarrar no carro e esperar o senhor à saída da SIC para o raptar e manter cativo até ceder a formar um novo partido. Uma vez mais ganhou a inércia, mas se algo mais precisasse para saber que este país perdeu há muito o rumo, aquela meia hora confirmou-o. Não há rumo, nem haverá enquanto formos (des)governados por esta gente. Difícil é não concordar com Medina Carreira, o triste é que, caso não estejamos alienados por qualquer substância ilegal, é mesmo impossível não concordar. Resta chorar, ou então voltar a olhar o sol, cheirar a primavera e deixar que seja a natureza a alienar-nos. No fundo, precisamos mesmo é de algo que nos aliene e que nos impeça de sair pelas ruas a distribuir bordoadas.
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