27.9.04

PS - O recaldo

Sócrates esmagou e tirou quaisquer dúvidas sobre o estado do PS e o seu futuro. O socialismo puro e duro acabou e os militantes do PS optaram pelo pragmatismo de quem quer ganhar eleições.
Uma primeira vantagem é que a linguagem oficial voltará aos domínios do aceitável e os chavões "abrilistas" vão cessar e, a curto prazo, desaparecer. Os históricos jacobinos perderam terreno e o rumo agora é outro. O país ganhará em estabilidade e ponderação o que perderá em animação e genuinidade das ideias. Hoje o que interessa é ganhar eleições e - não fora a iprevisibilidade de Santana e o seu posicionamento um pouco mais à direita - estaríamos entregues a um modorrento Bloco Central, tais as semelhanças de um PS com Sócrates com o PSD.
Mais desagradável vai ser o consequente crescimento do Bloco e, imagine-se, do PCP. Sem um PS de esquerda alguns eleitores vão demonstrar o seu desgrado e alguns votos irão para a nossa extrema-esquerda. Quem serão os novos deputados? Depois de Drago, Rosas, Louçã ou Fazenda quem virá depois? Manterão eles o nível de massacre intelectual sobre as massas?
Uma palavra para Soares, que se tudo correr bem passará longo tempo sem falar, o mesmo acontecesse ao pai e todos viveríamos mais tranquilos.

1 comentário:

Ricardo disse...

Que Sócrates quer conquistar o centro ninguém tem dúvidas. Mas espero que este "Guterrismo" retocado tenha aprendido com a história e, mantendo o excelente programa eleitoral que Guterres tinha, seja capaz de ser mais reformista.