21.4.06

Paridades

Através de processos rocambolescos (vide aqui) o PS fez ontem aprovar a Lei da Paridade. Muito bem, Portugal volta a dar um passo atrás no caminho civilizacional e os nossos políticos vão mostrando a sua enorme qualidade a cada dia que passa. Agora, passamos a ter um “Terço” de mulheres escolhidas por critérios alheados da competência e valor pessoal, o “Terço das Senhoras” ou as novas Socrattettes. Para entrar na equipa do Terço prevê-se agora um recrutamento aturado de figuras representativas da nossa sociedade, assim como foram Matilde Sousa Franco (conhecida mundialmente como a viúva de Sousa Franco) ou Teresa Almeida Garrett (c. m. como a viúva de Lucas Pires), atrevendo-me a sugerir convites a Maria Roma (c. m. como mulher do ministro Freitas do Amaral), Jacinta da Dores (c. m. como mulher do presidente da Junta de Carquejais-de-Cima) ou Ana Pacheco (c. m. como mulher do deputado Nuno da Câmara Pereira).
No meio deste disparate poderíamos encontrar algumas virtudes, pois o parlamento podia tornar-se um pouco mais decorativo. O problema é que, avaliar pela amostra actual, é duvidar da qualidade estética das novas deputadas (sim, tirando a excepção da Joana Amaral Dias), por isso acho que seria justo chamar Pedro Santana Lopes (agora um desempregado político) para assessor de imagem do parlamento, com direito de veto perante candidatas em que beleza não fosse um atributo relevante. Assim, talvez conseguisse vislumbrar utilidade na medida, afinal a estética é um elemento importante numa democracia civilizada.
Como acho discriminatório para outros componentes da nossa sociedade que só tenhamos quotas para as mulheres, acho justo para o futuro reivindicar as seguintes quotas: dez por cento para homossexuais (segundo a famosa sondagem do “Expresso”), dez por cento para portugueses africanos de primeira geração, cinco por cento para portugueses africanos de segunda geração, dois por cento para goeses, um por cento para ex-habitantes de Macau, e assim por diante. Os cálculos seriam sobrepostos segundo uma fórmula matemática elaborada pelo Departamento Pedagógico de Ciências Matemáticas do Ministério da Educação. Assim, finalmente a representatividade da população no parlamento seria atingida. Quanto à qualidade e ao mérito dos novos deputados, isso é um pormenor de somenos importância perante a multiparidade atingida.

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