A selecção nacional de futebol conseguiu hoje mais um deplorável jogo, cuja qualidade me fez lembrar os tempos liceais de mais do que falhado ponta de lança. Felizmente não tinha o hábito – quando as coisas não corriam bem, ou seja, a maior parte das vezes – de esmurrar os adversários, o que até era uma medida inteligente tendo em conta os meus fracos atributos para andar à pancada. A hipótese Scolari de “esmurra e foge que alguém há-de agarrar o outro” também não era muito boa, já que a rapidez nunca foi o meu forte. Enfim, desde cedo que a minha ligação ao futebol se traduziu em bancadas ou sofás, sem presença de chuteiras nas vizinhanças. Talvez por isso goste de me achar no direito de dar opinião, talvez por isso ache que quem merecia ser esmurrado era Scolari.
Sem tirar o mérito do que já fez, e que é muito, a campanha de apuramento tem feito por desafiar o português mais paciente a resistir a impulsos homicidas contra Scolari. E porque será? Talvez por insistir doentiamente em jogadores fora de forma e com tanta vontade de correr como eu tenho de ler livros do Saramago. Talvez por acreditar numa bailarina de cabelo comprido que no meio do esforço e do tempo perdido a ajeitar o penteado se esquece de fazer aquilo que lhe é pedido, ou seja, marcar golos. Talvez por continuar com um suposto mágico que se esqueceu dos truques em casa e se passeia no campo como a placidez de um nova-iorquino ao Sábado em Central Park. Talvez por se esquecer no banco de jogadores que têm o hábito de correr e, imagine-se, em alguns casos, de resolver jogos. Talvez por achar que defender é sempre o melhor caminho, mesmo quando a coisa corre mal em vezes consecutivas. Talvez por comandar uma equipa cujo futebol entusiasma tanto os adeptos como a selecção de Malta do anos oitenta – porque agora até já evoluíram – apesar da mesma ser formada por um conjunto de jogadores cujo ordenado somado daria para sustentar umas mil famílias de classe média portuguesa. Enfim, por estes e muito mais motivos hoje até me apetecia esmurrar Scolari, até porque os meus raros instintos violentos são sempre com pessoas com uma característica que abunda em Scolari: a arrogância.
Sem tirar o mérito do que já fez, e que é muito, a campanha de apuramento tem feito por desafiar o português mais paciente a resistir a impulsos homicidas contra Scolari. E porque será? Talvez por insistir doentiamente em jogadores fora de forma e com tanta vontade de correr como eu tenho de ler livros do Saramago. Talvez por acreditar numa bailarina de cabelo comprido que no meio do esforço e do tempo perdido a ajeitar o penteado se esquece de fazer aquilo que lhe é pedido, ou seja, marcar golos. Talvez por continuar com um suposto mágico que se esqueceu dos truques em casa e se passeia no campo como a placidez de um nova-iorquino ao Sábado em Central Park. Talvez por se esquecer no banco de jogadores que têm o hábito de correr e, imagine-se, em alguns casos, de resolver jogos. Talvez por achar que defender é sempre o melhor caminho, mesmo quando a coisa corre mal em vezes consecutivas. Talvez por comandar uma equipa cujo futebol entusiasma tanto os adeptos como a selecção de Malta do anos oitenta – porque agora até já evoluíram – apesar da mesma ser formada por um conjunto de jogadores cujo ordenado somado daria para sustentar umas mil famílias de classe média portuguesa. Enfim, por estes e muito mais motivos hoje até me apetecia esmurrar Scolari, até porque os meus raros instintos violentos são sempre com pessoas com uma característica que abunda em Scolari: a arrogância.
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