3.9.07

Resmungo

E vai uma pessoa de férias e leva com vento, e frio, e até chuva. E a água do mar gélida e uma neura por falta de sol, por falta de fotossíntese. Sim, porque somos como as plantas e precisamos de sol para funcionar, para armazenar energias para o Inverno. E assim como é que vamos suportar o Outono? E agora é que vem o calor, agora que é tempo de trabalhar, que é tempo de ficar no escritório a gastar energia no ar condicionado para sobreviver ao bafo que vem lá de fora. Agora, que é Setembro, que era tempo de marés vivas e nortadas e do regresso a casa já “fotossintetizado”, já saturado do sol, e do calor, e de praia, e do mar. E o que fazer agora? Fugir para umas segundas férias e mandar ás malvas o trabalho e tudo o que nos rodeia? Agarrar no carro e fugir para a Figueira, ou para Sagres, ou para o Guincho, e lá ficar, ficar, e esquecer que o mundo existe até me sentir preparado para voltar à realidade e para resistir ao Outono que se avizinha, com as folhas caídas, e o frio e o vento, e a falta de sol? Todo este lamento se deve a ser português e ter criado uma terrível habituação ao nosso clima, que de tão bom que é me torna exigente, e picuinhas, e refinadamente resmungão a cada vez que ele foge da norma, da norma que eu gosto e a que estou habituado.

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