2.10.07

Supremo gozo

Na posta anterior esqueci-me, imperdoavelmente, de destacar o maior gozo proporcionado na noite de Sábado. Muitos foram os Barões a urrar, mas o mais sonoro agonizar foi da enorme carpideira Paula Teixeira da Cruz. E o que eu gostei de a ouvir magoada, entristecida, revoltada, aviltada, indignada com a maçada que é a democracia e que, pobrezinha, decidiu contra ela. A sua intervenção parecia de um miúdo de doze anos que acaba de perder um jogo de futebol e que nega, veementemente e a pés juntos, o resultado, acusando um amigo de o rasteirar, outro de jogar com a mão e ainda o guarda-redes de tirar a bola de dentro da baliza ocultando um golo.
Teixeira da Cruz representa quase tudo o que me afasta de um político: a suprema arrogância, o desprezo pela opinião contrária, a desonestidade intelectual, a ostensiva falta de educação, a utilização de uma forma tão afirmativa que esconde o conteúdo (logo as ideias). Por isso gostei tanto de a ver perder, o que eu gostei de a ver perder e mostrar que nem isso é capaz de fazer com o mínimo de dignidade, elevação e educação.

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