27.12.07
Coisas de amigos
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22.12.07
Santo Natal
Que o espírito da paz domine por sobre esta época e torne o vosso Natal feliz.
(a todos os leitores e visitantes deste blogue)
Coisas da época
Coisas das lojas
18.12.07
Contra a censura
A partir deste post, do “Cachimbo de Magritte”, soube que a música “Fairytale in New York”, dos Pogues, foi censurada pela BBC. Ouçam para perceber porquê.
Esta tirada: "You scumbag, you maggot you cheap lousy faggot, Happy Christmas your arse I pray God It's our last.”, nomeadamente o “faggot”, foi considerada muito forte, demasiado para as consciências politicamente correctas, afinal a liberdade de expressão vai tendo limites cada vez mais estreitos e não podemos permitir canções que ofendam, ainda que muito vagamente, seja quem for. Qualquer dia até podemos ser perseguidos na rua por dizermos a um amigo, “vá lá, não sejas maricas”, ou por comentarmos uma escolha menos feliz de vestuário dizendo “fica-te péssimo, pareces uma bicha”.
Ódio
17.12.07
Coisas de Natal
14.12.07
A Franjinhas
A fantástica Beatriz Costa faria hoje cem anos. Vale a pena recordá-la aqui, na inesquecível "Canção de Lisboa", com o também extraordinário Vasco Santana.
13.12.07
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Tristeza
Contra o disparate
Coisas de 2007
Memórias de 2007 (1) - O rugby.
Do Francisco José Viegas, no "A Origem das Espécies"
"Um jornal americano chamou-lhes Pavarottis. A imagem percorreu o mundo, não sei se nos encheu de orgulho, mas olhámo-la com comoção – a forma como a rapaziada cantava o hino nacional antes de cada jogo chegava-nos de França como uma espécie de reabilitação da pátria, a velha pátria em chuteiras, medricas e faceira, habituada a ver jogadores de futebol a dar cambalhotas mal lhes tocam no cotovelo ou na armação da marrafa.
Tão cedo não os esqueceremos. Nem os seus nomes nem a pequena glória de terem afrontado os All Blacks daquela forma fatal, íntegra, nobre, olhando-os nos olhos, dançando curto (evidentemente) mas sem alguma vez evitar o confronto ou a ousadia. Um ensaio que fosse valia a pena. Uma fuga que ficasse registada seria inscrita no livro das glórias.
O pequeno país que gosta daquele dicionário de indignidades do futebol, tomou-lhe o gosto. No futebol, habituou-se a ouvir coisas como «falta inteligente», «conseguiu um penalty», «brilhante atitude defensiva». Colocado patrioticamente diante da televisão para ver o melhor rugby do mundo, o adepto lusitano encontrou um grupo de almas diabólicas, ou tomadas pelo diabo, com cara de homens, com físico de homens, capazes de correr e de placar, de fugir e de perseguir, de se arrastarem no chão ou de voarem em busca da bola – como há muito tempo não viam no futebol mariquinhas e de efeito fácil, onde toda a gente finge que se lesiona.
Vimo-los todos, jogo a jogo. Jogo a jogo, a pátria pendurava a chuteiras prateadas e sentava-se para ver o jogo da tribo. Jogo a jogo crescia a admiração por aqueles rapazes, desde o primeiro ensaio português em Mundiais, assinado por Pedro Carvalho. Aliás, se o Criador quisesse dar uma prova da sua existência, depois de ter aberto um sulco nas águas do Mar Vermelho – há muito tempo –, teria escolhido o minuto 44 do jogo contra a Escócia, quando um português deixou para trás os escoceses e rasgou pelo estádio fora na direcção de um ensaio fabuloso. Com isso, provaria a sua existência, indicaria que era fã dos Lobos, e mostrar-se-ia justo. Porque nesse primeiro ensaio em Mundiais estava representado todo o esquadrão de batalhadores que se atreveu a enfrentar equipas profissionais. Mas não só: eles enfrentaram também a ignorância dos snobes modernos, a impreparação do cidadão comum e o desprezo dos mariquinhas do futebol.
Foi um gozo puro. Perderam todos os jogos. Nunca uma equipa tão derrotada foi tão comentada no mundo inteiro, com a imprensa neozelandesa, inglesa, americana e sul-africana falando de uma «great story» da «lovely performance of the newcomers». Laurent Bénézech, no L'Équipe, valorizava a coragem e o coração dos portugueses. O mais difícil dos comentadores da ESPN americana não se cansou de distinguir «the great spirit» do bando de portugueses que se atreveu a discutir, metro a metro, o campo que lhe tinha sido entregue.
Há quem ache que isto era pouco. Paciência. Num país de plástico e de vedetas, os Lobos mostraram-nos como, à sua maneira, desvalorizaram os nossos próprios limites e lutaram contra a nossa condição. Eles ultrapassaram o seu destino. Merecem um lugar de destaque nos nossos aplausos."
12.12.07
Extraordinário país
No ano de 2001 foi dado início ao projecto Aquapolis, que visava reestruturar as margens norte e sul do Tejo na zona junto à cidade de Abrantes. O projecto foi dividido em várias fases, duas das quais já foram concluídas. A primeira constava do projecto de Arquitectura Paisagista para o parque urbano de 36 ha e dos projectos de infraestruturas e arruamentos. A segunda fase, a mais importante do projecto, consistia na construção de um açude insuflável, o maior do país, que permitiria criar um enorme espelho de água, posteriormente chamado de “Mar de Abrantes”. A primeira fase do projecto custou por volta de 5 milhões de Euros e a segunda orçava em 10 milhões de Euros, valores sem as habituais derrapagens orçamentais. O projecto contou com apoio de programa Valtejo e do Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território, tendo sido aprovado pelo INAG. A inauguração oficial do projecto, apesar da primeira fase ter sido terminada em 2003, decorreu em Junho deste ano com a presença do primeiro-ministro Pinto de Sousa, o mesmo que enquanto ministro do Ambiente apoiou o projecto e o mesmo que agora o quer submergir baseado num plano do INAG, curiosamente o mesmo INAG que aprovou o projecto Aquapolis. No fundo, esta gente toda achou por bem gastar mais do que 15 milhões de Euros (3 milhões de contos) num projecto que tencionam agora submergir e que não temos certeza se não tencionavam já, na altura da aprovação . Todo este processo apenas demonstra o valor que se dá aos dinheiros públicos, ao nosso dinheiro, por quem nos (des)governa, e que apenas traz proveito para uma área de negócio que tem sido responsável pela destruição do nosso país – a construção civil. Só os construtores lucram com estes esbanjamentos, os mesmos construtores que pagam as campanhas dos partidos, os mesmos construtores que sabemos, sem precisarmos de provas, terem relações mais do que obscuras com o poder político, em especial o municipal. No caso de Abrantes importará referir que o Presidente da Câmara, que se tem manifestado com muito pouca veemência contra a barragem, foi constituído arguido por motivos ainda não conhecidos, devido ao segredo de justiça, após uma fiscalização à Câmara, e que o vereador responsável pelas obras públicas, e grande dinamizador deste projecto, é hoje em dia consultor do grupo empresarial que executou esta obra. Claro que tudo pode não passar de uma coincidência, mas enfim, estamos no extraordinário país delas.
10.12.07
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6.12.07
À bomba
3.12.07
Yupiiieeee!!!
Bravos venezuelanos.
Vale mesmo a pena ler
“Se o Portugal do antes do cavaquismo era terceiro-mundista, acendia velas à inveja, à pinderiquice socialistóide e se comprazia em exibir mulheres de buço e o lumpen de mão estendida à caridade do Estado, os dez anos que medeiam entre 1985 e 1995 - mais o cavaquismo piegas de Guterres que se lhe seguiu - diluiram a cultura cívica, dinamitaram a respeitabilidade das forças fáticas, instituíram uma cultura de direitos - direito à riqueza, ao consumo, direito ao canudo - sem exigir trabalho, compeneração, esforço e qualidade. Muito daquilo que hoje se diagnostica teve a sua génese nesses anos de dourada promoção do nada em que Portugal, subitamente bafejado pela cornucópia dos fundos germânicos, preferiu as croissanterias, os jeeps e os aparthotéis à cultura da exigência. O cavaquismo é um velho carnicão. Está lá, ainda, seja em versão socialista, seja em "social-democrática". É um espinho cravado entranhado que nos vai privando, ano a ano, ao direito de sobrevivermos enquanto comunidade.”
Excerto de um post do Combustões que pode ler na totalidade aqui.