As últimas notícias sobre a construção de uma barragem na zona do Almourol levaram-me a olhar atentamente o estudo sobre as suas implicações, perante as quais fiquei siderado. Em causa não está a necessidade de construção da barragem ou a sua utilidade, em causa está, infelizmente e como é hábito, a profunda irresponsabilidade dos que nos (des)governam e a falta de valor que dão ao “nosso” dinheiro. No mundo civilizado existe uma coisa chamada “Ordenamento do Território” e outra chamada “Planeamento”, em Portugal ambas são bizarrias defendidas por seres tomados por alienígenas. Na zona a ser inundada, para além de vastas áreas dos mais férteis terrenos da região, estão povoações e diversas zonas que sofreram nos últimos anos intensas obras de requalificação ribeirinha. Quanto ás povoações é inevitável falar de Constância, uma das mais bonitas e preservadas vilas portuguesas, que seria parcialmente submergida ou teria de ser emparedada entre açudes. A respeito das obras de requalificação de áreas ribeirinhas deve-se referir a mesma Constância, mas também, e mais importante, Abrantes.
No ano de 2001 foi dado início ao projecto Aquapolis, que visava reestruturar as margens norte e sul do Tejo na zona junto à cidade de Abrantes. O projecto foi dividido em várias fases, duas das quais já foram concluídas. A primeira constava do projecto de Arquitectura Paisagista para o parque urbano de 36 ha e dos projectos de infraestruturas e arruamentos. A segunda fase, a mais importante do projecto, consistia na construção de um açude insuflável, o maior do país, que permitiria criar um enorme espelho de água, posteriormente chamado de “Mar de Abrantes”. A primeira fase do projecto custou por volta de 5 milhões de Euros e a segunda orçava em 10 milhões de Euros, valores sem as habituais derrapagens orçamentais. O projecto contou com apoio de programa Valtejo e do Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território, tendo sido aprovado pelo INAG. A inauguração oficial do projecto, apesar da primeira fase ter sido terminada em 2003, decorreu em Junho deste ano com a presença do primeiro-ministro Pinto de Sousa, o mesmo que enquanto ministro do Ambiente apoiou o projecto e o mesmo que agora o quer submergir baseado num plano do INAG, curiosamente o mesmo INAG que aprovou o projecto Aquapolis. No fundo, esta gente toda achou por bem gastar mais do que 15 milhões de Euros (3 milhões de contos) num projecto que tencionam agora submergir e que não temos certeza se não tencionavam já, na altura da aprovação . Todo este processo apenas demonstra o valor que se dá aos dinheiros públicos, ao nosso dinheiro, por quem nos (des)governa, e que apenas traz proveito para uma área de negócio que tem sido responsável pela destruição do nosso país – a construção civil. Só os construtores lucram com estes esbanjamentos, os mesmos construtores que pagam as campanhas dos partidos, os mesmos construtores que sabemos, sem precisarmos de provas, terem relações mais do que obscuras com o poder político, em especial o municipal. No caso de Abrantes importará referir que o Presidente da Câmara, que se tem manifestado com muito pouca veemência contra a barragem, foi constituído arguido por motivos ainda não conhecidos, devido ao segredo de justiça, após uma fiscalização à Câmara, e que o vereador responsável pelas obras públicas, e grande dinamizador deste projecto, é hoje em dia consultor do grupo empresarial que executou esta obra. Claro que tudo pode não passar de uma coincidência, mas enfim, estamos no extraordinário país delas.
No ano de 2001 foi dado início ao projecto Aquapolis, que visava reestruturar as margens norte e sul do Tejo na zona junto à cidade de Abrantes. O projecto foi dividido em várias fases, duas das quais já foram concluídas. A primeira constava do projecto de Arquitectura Paisagista para o parque urbano de 36 ha e dos projectos de infraestruturas e arruamentos. A segunda fase, a mais importante do projecto, consistia na construção de um açude insuflável, o maior do país, que permitiria criar um enorme espelho de água, posteriormente chamado de “Mar de Abrantes”. A primeira fase do projecto custou por volta de 5 milhões de Euros e a segunda orçava em 10 milhões de Euros, valores sem as habituais derrapagens orçamentais. O projecto contou com apoio de programa Valtejo e do Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território, tendo sido aprovado pelo INAG. A inauguração oficial do projecto, apesar da primeira fase ter sido terminada em 2003, decorreu em Junho deste ano com a presença do primeiro-ministro Pinto de Sousa, o mesmo que enquanto ministro do Ambiente apoiou o projecto e o mesmo que agora o quer submergir baseado num plano do INAG, curiosamente o mesmo INAG que aprovou o projecto Aquapolis. No fundo, esta gente toda achou por bem gastar mais do que 15 milhões de Euros (3 milhões de contos) num projecto que tencionam agora submergir e que não temos certeza se não tencionavam já, na altura da aprovação . Todo este processo apenas demonstra o valor que se dá aos dinheiros públicos, ao nosso dinheiro, por quem nos (des)governa, e que apenas traz proveito para uma área de negócio que tem sido responsável pela destruição do nosso país – a construção civil. Só os construtores lucram com estes esbanjamentos, os mesmos construtores que pagam as campanhas dos partidos, os mesmos construtores que sabemos, sem precisarmos de provas, terem relações mais do que obscuras com o poder político, em especial o municipal. No caso de Abrantes importará referir que o Presidente da Câmara, que se tem manifestado com muito pouca veemência contra a barragem, foi constituído arguido por motivos ainda não conhecidos, devido ao segredo de justiça, após uma fiscalização à Câmara, e que o vereador responsável pelas obras públicas, e grande dinamizador deste projecto, é hoje em dia consultor do grupo empresarial que executou esta obra. Claro que tudo pode não passar de uma coincidência, mas enfim, estamos no extraordinário país delas.
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