13.2.08

O Bobo da Corte

A grande indignação dos portugueses aquando da remodelação foi a estranha permanência de Mário Lino no governo. Parecia impossível que, depois das trapalhadas em redor da Ota, e da gigantesca desautorização de que foi alvo, o senhor tivesse as mínimas condições para continuar no governo. A resposta a este enigma, que permitirá compreender o bizarro facto de Lino ainda ser ministro, poderá ser encontrada se nos detivermos no processo de decisão sobre a nova travessia sobre o Tejo. Mário Lino já está a adoptar o estilo que usou na decisão sobre o aeroporto: certezas absolutas, dúvidas repentinas, contradições totais, desmentidos de desmentidos. Enfim, uma sucessão de labirínticas declarações perante as quais hesitamos entre rir ou chorar. Com tudo isto eu já tenho para mim a resposta para a perplexidade do senhor ainda ser ministro, aliás, é mesmo a única que consigo conceber: Pinto de Sousa escolheu Mário Lino para, em momento de profunda depressão nacional, encarnar a figura de “Bobo da Corte”, para que com os seus disparates vá entretendo o povo e o mantenha longe dos reais problemas do país.

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