Quando se diz que na Europa de hoje não há ideias a discutir estamos a tomar atitude da avestruz e a ignorar a realidade. O delírio é mais evidente quando vimos Pinto de Sousa a comparar-nos com a Finlândia ao mesmo tempo que assistimos à “Liga dos Últimos” na RTP. Portugal é cada vez mais um país dividido ao meio, em que o litoral se apresenta com toques cosmopolitas e o interior é cada vez mais um museu antropológico. A culpa é de quem governa porque assumiu, sem a frontalidade de o dizer, que o interior é para abandonar, a agricultura para acabar e o território para desocupar. Nada disto é inevitável ou emana de Bruxelas, é apenas o reflexo do novo-riquismo das gentes que nos governam e que acham mais atractivo inaugurar estradas do que produções de batata e que vêm mais glamour em protocolos com bancos do que em olivais extensivos.
Se discutir isto não é discutir ideias, então eu definitivamente já não sei o que é a política.
Se discutir isto não é discutir ideias, então eu definitivamente já não sei o que é a política.
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