Será possível não ouvir falar da crise do Subprime? Esta coisa persegue-me e parece que o mundo todo gira à volta desta coisa de que todos falam mas que muito poucos realmente percebem. Eu não percebo nem quero perceber. Acho a economia uma ciência oculta ou nível da física quântica, com a agravante de que esta estuda coisas reais e a economia passou a ser, de há uns tempos para cá, uma coisa virtual. Para quem não quer entender o que são mercados de futuros e continua a achar a bolsa uma brincadeira onanista para gentes de adolescência mal resolvida que precisam destas coisas apesar de terem idade para ter juízo, tudo isto é um disparate. Não percebo nada e há muito que não compreendo como é possível o dinheiro continuar em multiplicação quando os investimentos são cada vez mais em inexistências e os sectores produtivos, de facto produtivos, vão sendo abandonados. Por algum motivo alguém como Joe Berardo me merece profundo desprezo pois nada construiu, em absoluto contraste, por exemplo, com Alfredo da Silva. A especulação é um brinquedo de adultos, entretidos neste éter que algum dia se irá evaporar. O problema não é estas gentes se evaporarem, o problema é levarem para o limbo muita gente inocente, apesar de ingénua, que caiu nas malhas dos bancos. Eu, assim como assim, nada devo aos bancos. É certo que não tenho casa própria, mas permito-me ao luxo de me marimbar para a Euribor e para os spreads. Por isso é que já não posso ouvir falar de Subprime de crises.
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