27.10.04

Comissão

Barroso retirou na votação no Parlamento Europeu sobre a “sua” Comissão. Não me unem simpatias a Butiglionne nem a Berlusconi, mas parece que no mundo de hoje ser católico não é pecado, mas quase proibido (talvez recusar o senhor por falta competência para o lugar – que parece que tem – seria mais aceitável).
Caminhamos para que alguém católico, heterossexual, que acredite no casamento e no cumprimento da fidelidade do mesmo, que eduque os seus filhos com valores próximos dos seus e baseados nos fundamentos cristãos, seja considerado um alvo a abater, um conservador sem direito a viver e muito menos a ter vida pública numa sociedade moderna.
O que a esquerda não compreende nem aceita é que alguém, conservador na sua vida privada, possa ser tolerante com valores que não sejam os seus. Para quem não conhece a Igreja e os seus fundamentos, para quem não entende o espírito cristão, pode ser difícil acreditar que para os cristãos a tolerância é um valor fundamental. A maior intolerância nem sempre vem dos sectores conservadores, quantas vezes é mais intolerante quem fala em nome das liberdades e das supostas minorias.
Neste mundo em que vivemos vou tendo cada vez mais dificuldade em perceber os critérios de "normalidade". Preparo-me já para que como católico, heterossexual e conservador, venha a ser vítima de actos difamatórios, até de ameaças físicas. Tenho pena, porque acho que liberdade é poder continuar a ser aquilo que sou.

1 comentário:

Anónimo disse...

"para os cristãos a tolerância é um valor fundamental"????

A isto chama-se revisionismo histórico.
A Igreja católica e os católicos, ao longo da História foram tudo menos tolerantes.
A Igreja Católica só começou a considerar-se tolerante quando deixou de ter força para ser intolerante.
Quanto ao Comissário italiano ele pode pensar o que quiser mas dizê-lo no Parlamento Europeu é porque achava que os conceitos de que a homosexualidade é um pecado e outros iriam ser relevantes para o seu trabalho de Comissário.
Foi a isso que, muito justamente, os deputados se oposeram.
Mas ninguém lhe faz mal ou o discrimina por isso.