15.2.05

Este Inverno

A minha doença foi uma angústia que um pico na garganta ainda me traz à memória. Sonhei com o meu butler – que entretanto denominei de Charles – a trazer os remédios em bandeja de prata, enquanto S. Pedro, solidário com a minha presença em casa, enchia as ruas de uma chuva desalmada. Nada feito, nem o Charles nem a chuva que tanta falta faz.
Voltava eu à banalidade da minha vida, quando mais um desastre me sobressaltou a existência: a minha mulher-a-dias está de gripe. Não bastava eu, não bastavam alguns amigos, até a pobre da senhora tinha de cair de cama. Controlo os instintos mais egoístas e insensíveis e desejo sinceramente as melhoras. Claro que por dentro estou tão abalado como uma vara de vime: a pilha de roupa acumulada, o pó por limpar, a casa de pantanas. Como diria o desgraçado, e irritante, Calimero: E´ un´ingiustizia però!

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