A cada dia me surpreendo mais com o fundamentalismo anti-americano, logo eu que não gosto em especial da sociedade americana, não gosto particularmente de Bush, acho que a Guerra do Iraque foi um disparate criminoso, gosto de muitos produtos oriundos da América (cinema, música, literatura) mas não ia viver para os Estados Unidos, resumindo, tenho, por pouco tempo porém, uma saudável relação crítica para com a América,
Os argumentos que ouvi há dois dias, oriundos de alguém intelectualmente mais do que estimável e politicamente independente, contribuíram para a convicção de que ainda me tornarei um feroz americanista, capaz de rivalizar com a cegueira de um Vasco Rato. Discutia-se política à escala mundial, as privatizações do “sensato” Chavéz, a “ponderação” do “discreto” Morales, o imperialismo americano. A discussão animou e falou-se da primordial importância dos americanos no fim da segunda guerra mundial e do quanto lhes devemos. Aqui tudo se baralhou, e a cegueira anti-americana culminou num argumento precioso: “A guerra iria acabar de qualquer maneira, uma vez que demograficamente os alemães não a poderiam suster, e não podemos provar que foi a intervenção americana que, de facto, parou a guerra.” Perante a estupefacção e indignação generalizada esbocei que até é verdade, como é verdade que nada prova que o 25 de Abril foi essencial para acabar com a ditadura – ela poderia acabar por si –, ou que os Conjurados apenas anteciparam o abandono do nosso país pelos espanhóis. O argumento vale o que vale, não é que seja necessariamente mentira, apenas invalidaria toda e qualquer a análise histórica. No entanto, a melhor conclusão que ainda consegui espremer foi a seguinte: se a guerra acabaria de qualquer maneira, mesmo sem a intervenção americana, era só uma questão de tempo, ora como no entretanto ia morrendo gente, muito em particular judeus, talvez a limpeza étnica se aproximasse dos seus objectivos. Assim, com um pouco de “sorte”, poucos judeus sobrariam e não seriam suficientes para a criação de Israel, o que seria óptimo para o mundo de hoje já que acabaria com o problema do Médio Oriente e, talvez até, com o novo terrorismo. Concluindo, a culpa da instabilidade no médio oriente é dos E.U.A., mas não só de Bush, a culpa vem Roosevelt e Truman que permitiram a sobrevivência de demasiados judeus. Enfim, o imperialismo já tem demasiados anos para que não nos rebelemos contra ele.
Perante tamanho disparate, ainda me vão ver, um dia destes, em manifestações pró-Bush, não é que eu queira, mas a alucinação perigosa do outro lado ainda me vai obrigar a isso.
Os argumentos que ouvi há dois dias, oriundos de alguém intelectualmente mais do que estimável e politicamente independente, contribuíram para a convicção de que ainda me tornarei um feroz americanista, capaz de rivalizar com a cegueira de um Vasco Rato. Discutia-se política à escala mundial, as privatizações do “sensato” Chavéz, a “ponderação” do “discreto” Morales, o imperialismo americano. A discussão animou e falou-se da primordial importância dos americanos no fim da segunda guerra mundial e do quanto lhes devemos. Aqui tudo se baralhou, e a cegueira anti-americana culminou num argumento precioso: “A guerra iria acabar de qualquer maneira, uma vez que demograficamente os alemães não a poderiam suster, e não podemos provar que foi a intervenção americana que, de facto, parou a guerra.” Perante a estupefacção e indignação generalizada esbocei que até é verdade, como é verdade que nada prova que o 25 de Abril foi essencial para acabar com a ditadura – ela poderia acabar por si –, ou que os Conjurados apenas anteciparam o abandono do nosso país pelos espanhóis. O argumento vale o que vale, não é que seja necessariamente mentira, apenas invalidaria toda e qualquer a análise histórica. No entanto, a melhor conclusão que ainda consegui espremer foi a seguinte: se a guerra acabaria de qualquer maneira, mesmo sem a intervenção americana, era só uma questão de tempo, ora como no entretanto ia morrendo gente, muito em particular judeus, talvez a limpeza étnica se aproximasse dos seus objectivos. Assim, com um pouco de “sorte”, poucos judeus sobrariam e não seriam suficientes para a criação de Israel, o que seria óptimo para o mundo de hoje já que acabaria com o problema do Médio Oriente e, talvez até, com o novo terrorismo. Concluindo, a culpa da instabilidade no médio oriente é dos E.U.A., mas não só de Bush, a culpa vem Roosevelt e Truman que permitiram a sobrevivência de demasiados judeus. Enfim, o imperialismo já tem demasiados anos para que não nos rebelemos contra ele.
Perante tamanho disparate, ainda me vão ver, um dia destes, em manifestações pró-Bush, não é que eu queira, mas a alucinação perigosa do outro lado ainda me vai obrigar a isso.
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