Acabou “O Independente”. Aliás, acabou fisicamente, pois há anos que se arrastava penosamente encostado a um nome. “O Independente”, pelo menos o “meu” Indy, acabou após a saída de Miguel Esteves Cardoso de director. A segunda saída, após ser chamado para tentar inverter a decadência em que o jornal já se encontrava. Ainda assim faz pena, ou como dizia o MEC na última edição, está mal.
A minha geração cresceu com “O Independente” e irremediavelmente dividia-se entre os que o adoravam e os que o detestavam. Ninguém podia ficar indiferente a uma postura nunca antes vista em Portugal, a uma visão conservadora da sociedade que apresentava uma linguagem e um estilo mais revolucionários do que se podia imaginar em sonhos. As grandes campanhas do Bloco, muito cuidadas na imagem e linguagem, são brincadeiras de meninos ao lado do Caderno 3 dos bons tempos.
Os frutos do Indy estão aí, nos blogues e nos jornais, nas revistas e nos livros. Uma nova geração que perdeu o pudor – quer na escrita, quer nas ideias. Ser de direita deixou de ser um estigma a esconder dentro de um armário bem fechado. Escrever de forma desprendida e legível deixou de ser um crime lesa pátria.
A geração Indy mostrou-se, mas talvez pelo demasiado desprendimento e independência passa ainda ao lado da política activa, dos partidos. O anti-cinzentismo ainda não vingou e os órgãos de poder continuam iguais ao que eram em tempos de cavaquismo. Talvez seja melhor assim, talvez seja melhor poder lê-los do que ter de os ver a discursar no parlamento. Fica ainda assim uma réstia de pena, de pena que o país não tenha assimilado mais o que foi o Indy, que não seja mais Indy.
A minha geração cresceu com “O Independente” e irremediavelmente dividia-se entre os que o adoravam e os que o detestavam. Ninguém podia ficar indiferente a uma postura nunca antes vista em Portugal, a uma visão conservadora da sociedade que apresentava uma linguagem e um estilo mais revolucionários do que se podia imaginar em sonhos. As grandes campanhas do Bloco, muito cuidadas na imagem e linguagem, são brincadeiras de meninos ao lado do Caderno 3 dos bons tempos.
Os frutos do Indy estão aí, nos blogues e nos jornais, nas revistas e nos livros. Uma nova geração que perdeu o pudor – quer na escrita, quer nas ideias. Ser de direita deixou de ser um estigma a esconder dentro de um armário bem fechado. Escrever de forma desprendida e legível deixou de ser um crime lesa pátria.
A geração Indy mostrou-se, mas talvez pelo demasiado desprendimento e independência passa ainda ao lado da política activa, dos partidos. O anti-cinzentismo ainda não vingou e os órgãos de poder continuam iguais ao que eram em tempos de cavaquismo. Talvez seja melhor assim, talvez seja melhor poder lê-los do que ter de os ver a discursar no parlamento. Fica ainda assim uma réstia de pena, de pena que o país não tenha assimilado mais o que foi o Indy, que não seja mais Indy.
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