26.5.08

(Des)igualdades

A Europa veio anunciar o óbvio: Portugal é o país com mais desigualdade social da União Europeia, sendo esta até superior aos EUA. A importância da notícia não advém da sua novidade, mas sim de vir da Europa, aparentemente a única voz escutada pelo obediente governo Pinto de Sousa. Num país em que o governador do Banco de Portugal ganha mais do que o seu homónimo do Banco Federal Americano, em que os gestores públicos têm ordenados e reformas obscenas, em que os jovens trabalham na maioria a precários recibos verdes e em que há demasiada gente a viver abaixo da miséria e a passar real fome, é evidente que algo está mal e desigual. Não deveriam ser precisos relatórios europeus para percebermos a gravidade da situação e para agir, mas tendo nós um governo mais preocupado em mandar o fumadores para a rua – excepto os membros do governo –, em permitir o aborto livre, em assinar tratados europeus à revelia do povo ou a perder tempo com (des)acordos ortográficos, talvez seja preciso que venham palavras do exterior para serem escutadas por quem nos (des)governa.

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