Não sei porque foi preciso que a pressão tomasse conta da nossa selecção para que finalmente jogassem; não sei porque foi preciso um jogo miserável para Scolari acordar (mas acordou, Uff!); não sei porque até com a Rússia pouco jogamos; não sei porque em Portugal se teima em ter medo da juventude (ver o exemplo de Ricardo Carvalho e Cristiano Ronaldo); não sei porque só conseguimos jogar a sério e quando é imperativo ganhar; não sei se os jogadores se transcenderam por um dia ou se o bom futebol veio para ficar; não sei se foi uma reacção à fúria espanhola e um reviver da Aljubarrota de boa memória; não sei porque há gente que teima em ter medo da palavra patriotismo; não sei porque há meses todos se insurgiram contra o Ministro Portas por querer ensinar o hino e o significado da bandeira e hoje ser mais fácil encontrar bandeiras do que mosquitos e ouvir a Portuguesa do que um qualquer grupo pimba; não sei muito de futebol mas sei o que vi ontem, e gostei.
O que sei é que aquilo que há muito se esperava que já tivesse acontecido surgiu ontem em Aljubarrota (perdão Alvalade); o que sei é que foram várias cervejas e muitos cigarros numa adrenalina permanente ao longo dos 90 minutos; o que sei é que foi uma irracional explosão de alegria individual e colectiva; o que sei é que o povo português perdeu a cabeça e saiu para a rua cantando o hino que muitos queriam que ninguém soubesse; o que sei é que o Marquês estava cheio e a Avenida da Liberdade se descia agradavelmente com os carros parados a buzinar; o que sei é que vi japoneses atónitos perante esta festa; o que sei é que no Rossio se tomava banho como se de uma piscina se tratasse; o que sei é que dizem que não somos patriotas (ui! serei já acusado de Nacionalismo) mas bastava ir ontem à rua para ver o contrário; o que sei é que se fosse uma selecção da Europa ninguém sairia sequer à janela; o que sei é que o Figo ainda é grande; o que sei é que me deu um enorme prazer ganhar e passear alegremente por Lisboa; o que sei é que na quinta-feira vou estar ansioso a desejar que joguemos como ontem e depois, depois logo se verá.
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