3.6.04
Dentistas
Sonho um dia ter dinheiro para que, após anestesia geral, me tirem todos os dentes e os substituam por algo bem morto e que não dê dores. Poucas coisas me deprimem tanto como a aproximação a uma consulta de dentista. Uma vez lá dentro o meu pensamento é sair, destruir toda a maquinaria e com a broca, ainda a funcionar, furar toda a testa de um médico atónito. Ao longo da vida já tive vários suplícios, agravados por uma sucessão de más escolhas de médicos. Agora penso ter descoberto um ideal, uma amiga que me trata bem e, após alongada descrição dos meus traumas, faz o impossível para que eu não me queixe. Tudo seria bom se os dentes não tivessem caprichos, como o imbecil que hoje ao ser extraído se recusava a sair, partindo-se em várias partes até sobrar uma teimosa raiz. Esta insistia em não sair e a minha boca, aberta durante uma hora e meia, começava a ter cãibras. No final, por entre recomendações, implorei por analgésicos à medida que a anestesia se ia embora. Prevejo um fim-de-semana infernal, por entre overdoses de Clonix, abstinência do álcool (via antibiótico) e tentativas para ler os jornais.
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