A melhor maneira de falar do jogo de ontem será compará-lo a um electrocardiograma de esforço. Foram mais de duas horas em que o coração teimava em querer sair pela boca e era empurrado para dentro por cervejas e cigarros em barda. Nem as tostinhas com Palhais e os cajus impediam o estômago de se tentar enlear em nós cegos. Scolari e os seus jogadores têm de ser sádicos, dois jogos destes seguidos e deixaram todo um país em estado de transe com sintomas próximos de anginas de peito.
Claro que tanto sofrimento teria de ter uma consequente explosão de alegria que levou todos para a rua entupindo as cidades com buzinas, bandeiras e gritos. Mas não foi só em Portugal, comovente mesmo foi ver hoje imagens de alegria em Timor ou Moçambique, lembrando-nos que ainda há quem goste de nós, e vibre por nós, e festeje connosco.
Lisboa ontem parecia dominada por uma loucura colectiva, à qual obviamente aderi. Confesso que sou muito português e que, como tal, gosto muito de festa, de comemorar, de sair, de me divertir. Vale a pena ver uma cidade em festa e ainda mais por bons motivos. Se é necessário o futebol para alegrar um povo e para que haja algum patriotismo, então aproveite-se o futebol. Ao menos que haja algo que nos desperte da modorra que são estes dias de Europa cinzenta e de mentalidades politicamente correctas.
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