26.6.06

Futebol

Ontem foi futebol duro, uma batalha épica, nem sempre bonita, bastas vezes pouco leal. Os holandeses, habitualmente cavalheiros e bem-educados, foram buscar inspiração ao seu passado de corsários e, aliando à compreensível raiva perante as consecutivas derrotas frente a Portugal, atacaram o jogo desde início com brutalidade. As primeiras faltas sobre Cristiano Ronaldo só com extrema ingenuidade não serão compreendidas como tentativas, bárbaras, de atemorizar o adversário, de preferência inutilizando-o. Não venha o Sr. Van Basten falar de fair-play, quando por certo as ordens de abate vieram da sua boca.
Com o começo holandês e um árbitro abaixo de ordinário, o jogo tinha de descambar, e descambou à séria. Tivesse havido prolongamento e talvez se acabasse a jogar futebol de sete. Não há desculpas para as reacções de Figo ou Deco, mas, perante a barbárie que já se tinha visto, seria difícil aguentar a pressão, ajudada por uma perfeita idiotia de Costinha.
O jogo foi duro, violento, e muitos dizem que feio. Não consigo concordar em absoluto com a última parte. Apesar de tudo, quantos jogos deste Mundial terão tido tantos remates e ocasiões de parte a parte? O nosso golo é uma belíssima jogada, assim como o foram alguns dos nossos contra-ataques. Os holandeses podiam ter marcado por algumas vezes e pressionaram com ferocidade. O jogo deveria ter sido mais leal e menos brutal, mas, ainda assim, houve muito futebol, jogadas de qualidade e uma emoção desmedida.

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