24.11.06

Dia Imaginário

Arrasto-me até ao armário onde desencanto uma mantinha de lã. Corro à cozinha onde a água está quase a ferver, e deixo-a cair suavemente para dentro de um bule, previamente escaldado, sobre um infusor com chá verde. Transporto com cuidado o tabuleiro até uma pequena mesa ao lado do confortável sofá. Ponho a tocar Sinatra, com a orquestra de Tommy Dorsey, e sento-me resolutamente, sem intenções de me levantar, com um livro de Waugh ao lado. À frente o fogo consome a lenha na lareira. Chega Charles e pergunta o que quero para o lanche e o jantar, sendo a minha resposta vaga e desinteressada. Hoje, o que interessa mesmo é aproveitar o temporal para me recolher na minha cápsula, Charles sabe como a tornar cómoda até ao limite do insuportável.

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