A discussão estava viva, com todos muito participativos e opinativos sobre o tema água. Não, o tema não era a privatização das águas, era a água propriamente dita, a que nós bebemos, supostamente incolor, inodora e insípida. Argumentava-se a favor das Pedras, ou das estrangeiradas Perrier ou San Pelegrino, ou da diurética e clássica Luso. Talvez um pouco maçada com o pretensiosismo de alguns – que insistiam que em Portugal não se podia beber água –, talvez farta do barulho que se levantava, a senhora mais respeitável da sala tossiu levemente, para que, como é evidente, não tivesse de erguer a voz, e disse: “Eu água só mesmo a do cântaro, vem ali da fonte, o cântaro fica na cozinha junto à pedra a refrescar e é a única água que bebo.” Como é fácil de perceber a discussão parou e voltaram apenas a exercer a habitual má-língua.
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