15.12.03

Porquê um Blog?

Há dois meses que comecei este blog. Hoje pergunto-me porque me terei metido nisto, porque se metem as pessoas neste mundo da blogosfera.
No meu caso começou por puro acaso. De quando em vez, escrevia uns mails mais pensados e elaborados, que enviava para alguns amigos. Parece que eles se iam divertindo e, depois de um deles - curiosamente a primeira posta deste blog -, houve quem me sugerisse que fizesse um blog. Na altura confesso que pouco ou nada sabia de blogs, apenas tinha ouvido vagamente falar de alguns e do que era de facto um blog. Resolvi navegar um pouco e fui descobrindo - graças aos links dos blogs que primeiro consultei - uma série de gente interessante, a escrever bem, e com opiniões livres e não espartilhadas pela fortemente "engagée" comunicação social portuguesa. Por uma ou duas semanas iniciava o dia com uma leitura dos meus blogs favoritos. Pensei então que podia fazer o meu blog, mas no fundo porquê um blog? Talvez porque gosto de escrever, apesar de uma enorme preguiça para começar qualquer texto, gosto muito de escrever. O blog foi para mim uma maneira de disciplinar um pouco a escrita, de combater a irritante preguiça, de dizer algo, nem que seja para o ar ou para mim. Manter um blog arruma ideias, exercita o cérebro, faz-nos pensar com regularidade e escrever de forma mais expedita.
Há certamente algo de narcisista em escrever para os outros, em acharmos que temos algo para dizer e que haja quem nos queira ler. No meu caso há também um certo pudor, que me leva a que até hoje só um amigo (também blogger) conheça o meu blog. Com outros descaí-me a dizer que tinha um blog, mas resisti até hoje a dar o endereço. O meu pudor foi forçado a esbater-se porque, este Sábado, fui compelido a finalmente dizer o nome do meu blog. Cedi, e ainda hoje seguirá um mail para alguns amigos desvendando a identidade do meu blog.
Termina assim a primeira fase do AnarcoConservador, aquela em que entrei na blogosfera escrevendo para mim e para quem foi encontrando este blog pelas mais diversas razões. Durante dois meses tentei perceber que tipo de blog queria: se algo de mais sério, baseado em questões políticas e da actualidade; se algo pessoal, com reflexões e pensamentos sobre a vida; se algo mais corrosivo, tentando destruir na escrita as convenções de que não gosto.
Hoje acho que encontrei o rumo para este blog, ele será definido exactamente pela falta de rumo. Vou escrever, como aliás fiz até hoje, sobre aquilo que literalmente me apetece, sem preocupações de coerência. Falarei de política e de viagens, de situações e de livros, de filmes e de lugares. No fundo porei por escrito os assuntos em que for pensando, com a anarquia que caracteriza os meus pensamentos.
A partir de hoje, e com muito gosto, também para alguns amigos. Sejam bem vindos e espero que se divirtam.

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