27.12.07
Coisas de amigos
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22.12.07
Santo Natal
Que o espírito da paz domine por sobre esta época e torne o vosso Natal feliz.
(a todos os leitores e visitantes deste blogue)
Coisas da época
Coisas das lojas
18.12.07
Contra a censura
A partir deste post, do “Cachimbo de Magritte”, soube que a música “Fairytale in New York”, dos Pogues, foi censurada pela BBC. Ouçam para perceber porquê.
Esta tirada: "You scumbag, you maggot you cheap lousy faggot, Happy Christmas your arse I pray God It's our last.”, nomeadamente o “faggot”, foi considerada muito forte, demasiado para as consciências politicamente correctas, afinal a liberdade de expressão vai tendo limites cada vez mais estreitos e não podemos permitir canções que ofendam, ainda que muito vagamente, seja quem for. Qualquer dia até podemos ser perseguidos na rua por dizermos a um amigo, “vá lá, não sejas maricas”, ou por comentarmos uma escolha menos feliz de vestuário dizendo “fica-te péssimo, pareces uma bicha”.
Ódio
17.12.07
Coisas de Natal
14.12.07
A Franjinhas
A fantástica Beatriz Costa faria hoje cem anos. Vale a pena recordá-la aqui, na inesquecível "Canção de Lisboa", com o também extraordinário Vasco Santana.
13.12.07
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Tristeza
Contra o disparate
Coisas de 2007
Memórias de 2007 (1) - O rugby.
Do Francisco José Viegas, no "A Origem das Espécies"
"Um jornal americano chamou-lhes Pavarottis. A imagem percorreu o mundo, não sei se nos encheu de orgulho, mas olhámo-la com comoção – a forma como a rapaziada cantava o hino nacional antes de cada jogo chegava-nos de França como uma espécie de reabilitação da pátria, a velha pátria em chuteiras, medricas e faceira, habituada a ver jogadores de futebol a dar cambalhotas mal lhes tocam no cotovelo ou na armação da marrafa.
Tão cedo não os esqueceremos. Nem os seus nomes nem a pequena glória de terem afrontado os All Blacks daquela forma fatal, íntegra, nobre, olhando-os nos olhos, dançando curto (evidentemente) mas sem alguma vez evitar o confronto ou a ousadia. Um ensaio que fosse valia a pena. Uma fuga que ficasse registada seria inscrita no livro das glórias.
O pequeno país que gosta daquele dicionário de indignidades do futebol, tomou-lhe o gosto. No futebol, habituou-se a ouvir coisas como «falta inteligente», «conseguiu um penalty», «brilhante atitude defensiva». Colocado patrioticamente diante da televisão para ver o melhor rugby do mundo, o adepto lusitano encontrou um grupo de almas diabólicas, ou tomadas pelo diabo, com cara de homens, com físico de homens, capazes de correr e de placar, de fugir e de perseguir, de se arrastarem no chão ou de voarem em busca da bola – como há muito tempo não viam no futebol mariquinhas e de efeito fácil, onde toda a gente finge que se lesiona.
Vimo-los todos, jogo a jogo. Jogo a jogo, a pátria pendurava a chuteiras prateadas e sentava-se para ver o jogo da tribo. Jogo a jogo crescia a admiração por aqueles rapazes, desde o primeiro ensaio português em Mundiais, assinado por Pedro Carvalho. Aliás, se o Criador quisesse dar uma prova da sua existência, depois de ter aberto um sulco nas águas do Mar Vermelho – há muito tempo –, teria escolhido o minuto 44 do jogo contra a Escócia, quando um português deixou para trás os escoceses e rasgou pelo estádio fora na direcção de um ensaio fabuloso. Com isso, provaria a sua existência, indicaria que era fã dos Lobos, e mostrar-se-ia justo. Porque nesse primeiro ensaio em Mundiais estava representado todo o esquadrão de batalhadores que se atreveu a enfrentar equipas profissionais. Mas não só: eles enfrentaram também a ignorância dos snobes modernos, a impreparação do cidadão comum e o desprezo dos mariquinhas do futebol.
Foi um gozo puro. Perderam todos os jogos. Nunca uma equipa tão derrotada foi tão comentada no mundo inteiro, com a imprensa neozelandesa, inglesa, americana e sul-africana falando de uma «great story» da «lovely performance of the newcomers». Laurent Bénézech, no L'Équipe, valorizava a coragem e o coração dos portugueses. O mais difícil dos comentadores da ESPN americana não se cansou de distinguir «the great spirit» do bando de portugueses que se atreveu a discutir, metro a metro, o campo que lhe tinha sido entregue.
Há quem ache que isto era pouco. Paciência. Num país de plástico e de vedetas, os Lobos mostraram-nos como, à sua maneira, desvalorizaram os nossos próprios limites e lutaram contra a nossa condição. Eles ultrapassaram o seu destino. Merecem um lugar de destaque nos nossos aplausos."
12.12.07
Extraordinário país
No ano de 2001 foi dado início ao projecto Aquapolis, que visava reestruturar as margens norte e sul do Tejo na zona junto à cidade de Abrantes. O projecto foi dividido em várias fases, duas das quais já foram concluídas. A primeira constava do projecto de Arquitectura Paisagista para o parque urbano de 36 ha e dos projectos de infraestruturas e arruamentos. A segunda fase, a mais importante do projecto, consistia na construção de um açude insuflável, o maior do país, que permitiria criar um enorme espelho de água, posteriormente chamado de “Mar de Abrantes”. A primeira fase do projecto custou por volta de 5 milhões de Euros e a segunda orçava em 10 milhões de Euros, valores sem as habituais derrapagens orçamentais. O projecto contou com apoio de programa Valtejo e do Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território, tendo sido aprovado pelo INAG. A inauguração oficial do projecto, apesar da primeira fase ter sido terminada em 2003, decorreu em Junho deste ano com a presença do primeiro-ministro Pinto de Sousa, o mesmo que enquanto ministro do Ambiente apoiou o projecto e o mesmo que agora o quer submergir baseado num plano do INAG, curiosamente o mesmo INAG que aprovou o projecto Aquapolis. No fundo, esta gente toda achou por bem gastar mais do que 15 milhões de Euros (3 milhões de contos) num projecto que tencionam agora submergir e que não temos certeza se não tencionavam já, na altura da aprovação . Todo este processo apenas demonstra o valor que se dá aos dinheiros públicos, ao nosso dinheiro, por quem nos (des)governa, e que apenas traz proveito para uma área de negócio que tem sido responsável pela destruição do nosso país – a construção civil. Só os construtores lucram com estes esbanjamentos, os mesmos construtores que pagam as campanhas dos partidos, os mesmos construtores que sabemos, sem precisarmos de provas, terem relações mais do que obscuras com o poder político, em especial o municipal. No caso de Abrantes importará referir que o Presidente da Câmara, que se tem manifestado com muito pouca veemência contra a barragem, foi constituído arguido por motivos ainda não conhecidos, devido ao segredo de justiça, após uma fiscalização à Câmara, e que o vereador responsável pelas obras públicas, e grande dinamizador deste projecto, é hoje em dia consultor do grupo empresarial que executou esta obra. Claro que tudo pode não passar de uma coincidência, mas enfim, estamos no extraordinário país delas.
10.12.07
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6.12.07
À bomba
3.12.07
Yupiiieeee!!!
Bravos venezuelanos.
Vale mesmo a pena ler
“Se o Portugal do antes do cavaquismo era terceiro-mundista, acendia velas à inveja, à pinderiquice socialistóide e se comprazia em exibir mulheres de buço e o lumpen de mão estendida à caridade do Estado, os dez anos que medeiam entre 1985 e 1995 - mais o cavaquismo piegas de Guterres que se lhe seguiu - diluiram a cultura cívica, dinamitaram a respeitabilidade das forças fáticas, instituíram uma cultura de direitos - direito à riqueza, ao consumo, direito ao canudo - sem exigir trabalho, compeneração, esforço e qualidade. Muito daquilo que hoje se diagnostica teve a sua génese nesses anos de dourada promoção do nada em que Portugal, subitamente bafejado pela cornucópia dos fundos germânicos, preferiu as croissanterias, os jeeps e os aparthotéis à cultura da exigência. O cavaquismo é um velho carnicão. Está lá, ainda, seja em versão socialista, seja em "social-democrática". É um espinho cravado entranhado que nos vai privando, ano a ano, ao direito de sobrevivermos enquanto comunidade.”
Excerto de um post do Combustões que pode ler na totalidade aqui.
Sábado de festa
Manifesto masoquismo
30.11.07
Coisas de cozinha
Verdade reposta
29.11.07
Luto Profundo
Agradecimento
Tiepolo
26.11.07
Proibido Proibir
«Os cozinheiros que faziam no domicílio pratos e “petiscos” a fim de os vender no café ao lado e que resistiram a toneladas de batatas fritas e de gordura reciclada, podem rezar as últimas orações. Todos os que cozinhavam em casa e forneciam diariamente aos cafés e restaurantes de bairro sopas, doces, compotas, rissóis e croquetes, podem sonhar com outros negócios. Os artesãos que comercializavam produtos confeccionados à sua maneira vão ser liquidados.
A solução final vem aí. Com a lei, as políticas, as polícias, os inspectores, os fiscais, a imprensa e a televisão. Ninguém, deste velho mundo, sobrará. Quem não quer funcionar como uma empresa, quem não usa os computadores tão generosamente distribuídos pelo país, que não aceita as receitas harmonizadas, quem recusa fornecer-se de produtos e matérias-primas industriais e quem não quer ser igual a toda a gente está condenado.Esses exércitos de liquidação são poderosíssimos: têm estado-maior em Bruxelas e regulam-se pelas directivas europeias elaboradas pelos mais qualificados cientistas do mundo; organizam-se no governo nacional, sob tutela carismática do ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho; e agem através do pessoal da ASAE, a organização mais falada e odiada do país, mas certamente a mais amada pelas multinacionais na gordura, pelo cartel da ração e pelos impérios do açúcar.
[...]
Na província, um restaurante artesanal é gerido por uma família que tem, ao lado, a sua horta, donde retira produtos como alfaces, feijão verde, coentros, galinhas e ovos? Proibido.Embrulhar castanhas em papel de jornal? Proibido.
Trazer da terra, na estação, cerejas e morangos? Proibido.
[...]
Comprar um bolo-rei com fava e brinde porque os miúdos acham graça? Acabou. É proibido.
As regras, cujo cumprimento leva a multas pessadas e ao encerramento do estabelecimento, são tantas que centenas de páginas não chegam para as descrever.
[...]
A tudo isto apenas gostaria de acrescentar: “Puta que os pariu”.
Ontem
O interior
“O presidente da República lamenta a desertificação do interior e o presidente da Câmara de Gouveia informa que nos últimos anos perdeu 3000 pessoas. A última grande iniciativa lançada para fixar empresas e pessoas «no interior», lançada pela então ministra Elisa Ferreira, previa uma festa com a redução de 5% no IRC. Mas a realidade é esta: um quarto do território com três quartos de população; três quartos do território com um quarto da população.
De vez em quando, o país inteiro (três quartos da população, um quarto do território) dá-se conta de que existe um país incompleto (um quarto da população, três quartos do território). O “país incompleto” pesa pouco na balança dos créditos e constitui uma ameaça para o orçamento, cada vez mais apertado quando se trata de financiar “regiões improdutivas”. Para uma economia estritamente liberal, seria conveniente arrendar esse território e ceder à exploração de uma entidade privada essa parcela populacional. O Estado lucraria imenso e livrar-se-ia de uma grande parte da taxa de analfabetismo, de agricultores humildes, de funcionários da administração pública, de guarda-rios, de professores deslocados e de médicos que ambicionam viver em Lisboa, Porto ou Coimbra. Três quartos da população (ainda que confinados a apenas um quarto do território) talvez não rejubilassem, porque grande parte deles conserva a sua condição de emigrantes na periferia das três maiores cidades, mas os responsáveis pela administração do Estado sorririam à ideia. De vez em quando há problemas em Miranda do Douro, em Portalegre, em Mogadouro, em Almeida, em Pias, na Covilhã ou na ilha do Corvo. Lamentáveis ocorrências apenas explicadas pela incúria e inoportunidade desse “país incompleto”. Sejamos realistas: metade do país não rende. Quer dizer: não é prestável do luminoso ponto de vista da rendibilidade económica. De resto, só défice. Esse “país incompleto” é bom apenas por poucos motivos: oferece uma boa área para que as estradas que vêm de Espanha e do resto da Europa atinjam o litoral sem problemas de maior, pontuados aqui e ali de bombas de gasolina, de restaurantes e de lojas de artesanato; e é “a terra” de muita gente que vai lá às romarias ou ao jantar de Natal. De resto, tirando o turismo de habitação, o país vinícola no Douro e no Alentejo, o circuito dos hotéis de charme e o esforço triplicado dos que vivem mesmo «no interior», o litoral vê o resto como hortas, pastagens e muita pedra. Não está posta de parte a hipótese de arrendar essa parcela do território. Ficariam com a bandeira portuguesa, sim. E até se mandariam professores. Mas, que diabo, seriam administrados por uma empresa que garantiria que o orçamento de Estado não geraria défices assombrosos com essa terra de ninguém que era bom entregar ao turismo rural e à “literatura fantástica” que se encarregaria de divulgar as suas potencialidades para os fins devidos. Quando há eleições autárquicas, autarcas dinossauros ou estreantes aparecem nas pantalhas. Os comentadores têm em conta a expressiva votação em Almeida ou em Vimioso, como no Alandroal e em Aviz? Não. Eles sabem que se trata de um quarto da população, três quartos do território. Esse país terá cartazes, outdoors, visitas do Tribunal de Contas e da IGAT. Tem estradas e IP, “acessibilidades” e Pólis, mas duvido muito que perceba as incidências do défice. Está em défice há muito tempo. Devíamos pensar nele por um instante.”
22.11.07
O mínimo
Educações
20.11.07
Manif
Ter em casa
Coisa muitíssimo estranha
19.11.07
Que comemoração?
15.11.07
Bravo
Pesos e medidas
13.11.07
O Embuste
O presidente da CIP vem agora queixar-se que o ministro desprezou o estudo em que Alcochete surge como a opção mais favorável e que se prepara para, em manobras de bastidores, destruir esse mesmo estudo. Apenas estranho a admiração, caso a mesma seja genuína. Quem leu, e eu estou a meio em vias de terminar, o livro “O erro da Ota” fica com a absoluta certeza que de facto existem conspirações e de poderes ocultos, e que a escolha da Ota só se pode prender com interesses dado o absoluto disparate desta mesma escolha. Quando as pessoas cegam fazem-no por poder ou por dinheiro, ou mesmo pelos dois, a Ota é o melhor exemplo disso.
Acreditando que o governo não faz a menor intenção de mudar de ideias, acho que há, ainda assim, uma via de o obrigar a isso. Sendo a grande e maior obsessão de Pinto de Sousa as sondagens, ou seja a popularidade, cabe aos jornalistas deste país, que não tenham cartão rosa, desmistificarem até ao infinito o embuste e a vergonha que será a escolha da Ota. No momento em que a população se aperceber, realmente, do que este governo está para fazer, talvez o PS comece a descer nas sondagens e Pinto de Sousa prefira ganhar o país e perder Lino e o sindicato de interesses em redor da Ota. Será preciso coragem, já que estes poderes ocultos têm de facto poder, mas pode ser que por uma vez Pinto de Sousa substitua a obstinação e a teimosia por coragem e firmeza.
A ler
Teste
Um questionário do The Sunday Times, de Londres
1 – É permitido aos muçulmanos ser homófobos por causa da sua cultura?
2 – Devem ser punidos por lei os casamentos celebrados contra a vontade das mulheres?
3 – É aceitável exigir que as mulheres usem véus?
4 – É o antisemitismo uma reposta legítima à frustração com as políticas dos Estados Unidos e de Israel?
5 – Deve permitir-se que o regime iraniano de Ahmadinejad adquira a bomba nuclear?
6 – Pode ser-se um defensor do povo mesmo que o povo não possa eleger outra pessoa?
7 – Existem ocasiões em que prisioneiros políticos podem ser justificados?
8 – É a al-Qaeda uma organização legítima de resistência no Iraque?
9 – É Ayaan Hirsi Ali demasiado crítica em relação ao Islão?
10 – Devia o Governo Holandês retirar a sua [a Ayaan Hirsi Ali] segurança no estrangeiro?
11 – Deveria Salman Rushdie ter escrito sobre o Corão da forma que o fez em “Versículos Satânicos”?
12 – São a liberdade de expressão, a liberdade de associação e a liberdade religiosa (ou ateística) direitos humanos universais?
13 – É uma tradição cultural aceitável apelar à morte das pessoas que abandonam uma religião?14 – É aceitável interditar a entrada em lugares sagrados a membros de outras religiões, como acontece em Meca?
15 – Podem os “crimes de honra” ou a mutilação genital de mulheres ser colocados num “contexto cultural”?
16 – É aceitável apelar à morte de cartunistas porque não se acha piada aos seus cartoons?
Respostas – 1)não; 2)sim; 3)não; 4)não; 5)não; 6)não; 7)não; 8)não; 9)não; 10)não; 11)sim; 12)sim; 13)não; 14)não; 15)não; 16)não
Se acertou na maioria das respostas, parabéns! É progressista a sério.
Se falhou a maioria das respostas… então é um progressista da treta e poderia estar com os filhos de Che Guevara em Teerão (ver post acima)
Original: "Are you a phoney liberal?" - Times Online (PDF)
12.11.07
Viva Espanha
6.11.07
A Fraude
A simpático convite de uma amiga, tive o “enorme privilégio” de assistir à inauguração da tão badalada exposição do Hermitage no Palácio da Ajuda, que dá pelo nome de "Arte e Cultura do Império Russo nas Colecções do Hermitage - De Pedro, o Grande, a Nicolau II". A chegada assustou-me um pouco ao deparar com a multidão que aguardava à entrada, mas tive assim oportunidade para por a conversa em dia enquanto fumava um animado cigarro. Não foi assim muito longa a espera e lá subimos rumo à Galeria D. Luís – pelo menos fomos tentando, porque um aglomerado de gente perfumada que julgava estar, apesar da produção, no metro, ia empurrando e furando a ordem. No topo da escadaria percebemos que numa sala decorria um cocktail, noutra sala estava exposta uma mesa de gala e que uma longa fila apontava para o que parecia ser a exposição. Optámos por deixar o croquete para o fim, no que se revelou uma má opção, e por começar pela sala com uma mesa posta com uma bonita baixela, serviço de porcelana (penso que de Meissen) e faqueiro com cabos de porcelana do mesmo serviço. Bonita, mas faltava qualquer coisa ao arranjo, talvez uma toalha que permitisse destacar mais as peças e que seria acessório lógico numa mesa que quisesse ser de gala.
Antes de entrar na exposição, devo referir que não conseguia ter a expectativa muito alta, uma vez que, conhecendo a Galeria D. Luís, sabia que o seu tamanho era, para uma propagada mega-exposição, no mínimo ridículo, restando a dúvida se as obras tinham arrasado muitas paredes do palácio tornando o espaço amplo, ou se a exposição era micro em vez de mega. Felizmente pouparam as paredes, mas a exposição de mega pouco tinha, estando ainda assim todo o espaço aproveitado por vitrinas ou painéis, o que com a enorme densidade de gente por metro quadrado tornava difícil ler os painéis explicativos e acompanhar as partes para mim desconhecidas da história da Rússia.
A colecção de peças apresentada é bonita, mas banal. A maior componente presente é de pintura, na sua quase maioria retratos da família real efectuados por pintores russos desconhecidos. Académicos e correctos, como centenas de retratos que podemos encontrar em qualquer palácio da Europa. A porcelana exposta, maioritariamente Meissen, Wedgwood e de uma oficina de S. Petersburgo, é interessante, mas para um português que tenha visitado pelo menos dois ou três museus e palácios – M. N. Arte Antiga, Palácio de Vila Viçosa ou Fundação Medeiros de Almeida – vai achar pobrezinho comparado com o que já viu. As famosas peças de Fabergé, apresentadas nas imagens promocionais com uma fotografia que as faz parecer enormes, são afinal três coroas pequeninas colocadas numa bonita meia coluna, o que em joalharia nada quer dizer, mas ajuda a compreender o logro, comprovado ao ver que as peças em nada se assemelham ao estilo dos famosos ovos Fabergé.
Uma grande área foi para mim, por motivos profissionais, muito interessante, mas era constituída por gravuras, bonitas, mas que não são de forma alguma uma manifestação de arte das mais importantes. Ajudavam a contar a história de S. Petersburgo, das suas intervenções urbanas e dos palácios do Peterhof e Tsarskoe Selo. Nesta zona situavam-se também as duas peças mais interessantes da exposição, os dois trenós reais, equivalentes dos nossos coches e, além de originais, muitíssimo bonitos. Consta que foram estas as únicas peças que os portugueses conseguiram escolher, o que até denota bom gosto da parte do Comissário.
O resto são fardas, dois ou três vestidos da Emperatriz, bric-a-brac palaciano e três ou quatro peças de bonito mobiliário. O que veio e está exposto parece provir de uma sub-cave do magnífico Hermitage, as peças hoje de copa, os esquecidos das reservas, o refugo. Parece exagero mas, apesar de nunca ter ido ao Hermitage, não imagino que qualquer destas peças tenha o mínimo de importância para o museu, pelo menos a aferir com o que encontrei em alguns dos grandes museus e palácios da Europa, e até de Portugal. Para quem não saiba, o Hermitage, que é a maior pinacoteca do mundo, aluga, numa atitude inteligente, obras dos fundos de reserva que são, como se deve imaginar, imensos. Ou seja, esta não é uma exposição montada com obras cedidas, é uma mostra alugada e bem alugada, pelo que deveríamos esperar acolher obras de qualidade. A Ministra, fascinada com a possibilidade de trazer o nome Hermitage para Portugal, acedeu a contribuir para a manutenção do museu, o que seria muito meritório, não fosse o facto de os museus portugueses constantemente se queixarem de falta de verba.
Esta é a típica acção em que se vende gato por lebre ao abrigo de um grande nome, mas em que o que se mostra, sendo interessante, não justifica nem um décimo do dinheiro investido na tinta gasta em divulgação. Só mesmo uma mentalidade provinciana pode achar que esta exposição pode ombrear com as exposições cujos ecos nos chegam de Madrid ou Barcelona (neste momento temos Durer e Cranach no Thyssen, Andy Goldsworthy e Paula Rego no Reina Sofia, só paRa dar uns exemplos).
Chegando aos números, podemos referir que a brincadeira custou a módica quantia de 1,5 milhões de Euros, para além das obras necessárias na Galeria D. Luís que orçaram em 900 mil Euros. Para dar um termo de comparação, o orçamento do anual do IPM prevê 10 milhões de Euros para despesa corrente e 3 milhões de Euros para programação. A conclusão é que a feira de vaidades russa custa metade do orçamento de programação dos todos os museus portugueses sob a alçada do Estado, o que atesta bem da sua “enorme importância”. A Ministra decerto pensou, se é que de facto o faz, que já que o dinheiro não é dela, gaste-se, já que houve patrocínios, gastem-se aqui, façam-se obras nesta sala de exposições da Ajuda, já que o CCB está ocupado com Berardo e os outros museus não têm dinheiro para vigilantes ou para a luz.
Não resisto a apontar outro pormenor delirante – que detectei ao olhar distraidamente para o tecto – que se refere ao aproveitamento da exposição para integrar uma instalação de arte contemporânea, pelo menos é esta a única justificação que encontro para que as condutas do ar condicionado e restantes galerias técnicas estejam todas à mostra. Não creio que, com o vasto orçamento da exposição, isto se deva a falta de dinheiro para um tecto falso!
No fim da triste visita, nem restou a consolação do croquete, pois na sala do cocktail apenas estavam os estalinistas esbanjadores (para quem não tenha percebido, aquela que se diz Ministra e o seu Secretário de Estado) e o seu séquito, sem um vislumbre de copos ou tapas, pelo que foi com a rapidez possível, e tentando não deitar ninguém ao chão pelo caminho, que saí da sala por motivos de higiene mental e de prudência, já que a coabitação com a dita senhora pode conduzir a comportamentos sancionados pela lei portuguesa e a presença de polícias dissuadia o insulto ou o merecido calduço.
Como nem tudo é mau, devo referir que a exposição até nem estava mal montada, com iluminação razoável e painéis explicativos aparentemente adequados. Será até uma exposição agradável de ver, mas convém avisar os futuros visitantes para não serem papalvos, não passarem por provincianos, compreenderem o esbanjamento e perceberem, de uma vez, quão Incompetente é a senhora Estalinista que se diz Ministra da Cultura.
P.S. Para desanuviar, aproveitem e vão até ao Museu Nacional de Arte Antiga para ver a exposição sobre o tapete ocidental, que terá custado uma ninharia, em comparação, mas que é de uma enorme qualidade.
30.10.07
Link
Para lembrar um momento de génio
Dos tempos em que Herman era grande, o meu sketch preferido. À atenção de quem, justamente, acha que o Herman de hoje não tem graça, mas que, injustamente, se esquece dos muitos grandes momentos que lhe devemos.
26.10.07
Pudim por Pudim
Como tudo isto é uma grande maçada, eu cá mandava o senhor Pudim para a sua terra, onde todos se parecem habituar ao circo que o envolve e, caso não se habituem, podem sempre esperar receber um presentinho do senhor Pudim, talvez um radiante Polónio. Pudim por Pudim ficava antes com o nosso, o “à Abade de Priscos”, que sempre vai sendo mais doce, português e, essencialmente, muito menos maçador.
Europa
Excerto de “A arte do possível” de Maria José Nogueira Pinto no DN de ontem.
24.10.07
Quatro
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Agradecimento ao Vide Bula pela referência a este estabelecimento vinda do outro lado do Atlântico. Entrada para a coluna do lado, assim como o Gattopardo, o novo blog de Pedro Mexia e Pedro Lomba, e o Somos Portugueses , um blog monárquico a sério.
23.10.07
Coisas do tempo
Gosto de reclamar, em especial porque vivo em Portugal e me posso dar a esse luxo, porque o nosso clima é uma delícia mesmo quando nos troca as voltas e piora um pouco. Mesmo quando é mau, é bom, pelo menos a comparar com o resto do mundo. Por isso reclamamos tanto com ele, somos como crianças mal habituadas e mimadas, prontas a guinchar de birra a qualquer contrariedade. Pelo menos eu sou.
19.10.07
Posta em tom de esquerda
18.10.07
As luzes
16.10.07
Músicas
Pesadelo
12.10.07
Censura?
“O espanhol, homem qualquer, sem dinheiro ou influências que fazem os abusos serem pagos caro, foi abusado pela modernidade. Pela Internet, que trouxe mais liberdades a todos, até aos canalhas. O espanhol tem um filho esquizofrénico, já quarentão, que por vezes faz tristes figuras que provocam risos alarves. Mas a proximidade do bairro e o freio dos homens bons ajudavam a que o insulto se circunscrevesse a alguns irresponsáveis. Agora, não foi assim. Uns energúmenos puseram no YouTube imagens do esquizofrénico a fazer de índio sioux. O pai, que esteve décadas a aguentar risinhos à socapa, desta vez acha que é de mais. O chegar a todo o lado e a irresponsabilidade que o YouTube permite deixam o espanhol impotente. Claro que este caso (e outros e outros que vão repetir-se) irá obrigar a antídotos. Nessa altura vai dizer-se que há censura. E eu digo: que já tarda. Porque me agrada a censura que interdita que me cuspam na rua.”
10.10.07
Delírios de quase Outono
Tornamo-nos selvagens para selvaticamente combater na bárbara selva, ou
aguardamos serenamente apelando à serenidade dos selvagens não serenos.
Serenar a selva bárbara é tarefa à medida de uma epopeia e isso,
isso é coisa de tempos antigos.
9.10.07
Blog de página em preto
4.10.07
Ai que festa que aí vem!
"Portugal foi-nos roubado"
há que dize-lo a cantar
para isso nos serve o fado
para isso e para não chorar
.
Cinco de Outubro de treta
o que foi isso afinal?
dona Lisboa de opereta
muito chique e por sinal
.
Sou português e por tal
nunca fui republicano
o que eu quero é Portugal
para desfazer o engano
.
Os heróis republicanos
banqueiros, tropa, doutores
no estado em que ainda estamos
só lhes devemos favores
.
Outubro Maio e Abril
cinco dois oito dois cinco
reina a canalha mais vil
neste branco verde e tinto
.
Sou português e por tal
nunca fui republicano
o que eu quero é Portugal
para desfazer o engano!
2.10.07
Hoje
Supremo gozo
Teixeira da Cruz representa quase tudo o que me afasta de um político: a suprema arrogância, o desprezo pela opinião contrária, a desonestidade intelectual, a ostensiva falta de educação, a utilização de uma forma tão afirmativa que esconde o conteúdo (logo as ideias). Por isso gostei tanto de a ver perder, o que eu gostei de a ver perder e mostrar que nem isso é capaz de fazer com o mínimo de dignidade, elevação e educação.
1.10.07
Que gozo
Menezes será bom, ou mau, o que para o meu gozo actual é indiferente. Mendes podia ser mais credível, mas era inexistente como oposição ao Pinto de Sousa que até já devia andar maçado com a falta de luta. Não imagino Mendes nem Menezes como primeiro-ministro, mas pelo menos imagino Menezes a dar mais trabalho a Pinto de Sousa e a fazer melhor oposição. Agora, o grande gozo mesmo é ver os ditos Barões em fúria. Que delícia! Que delícia!
28.9.07
27.9.07
Da bola
Grande Santana
26.9.07
Deliciosa Demagogia
Descoberta do dia
Parece que o PSD está em eleições e que os candidatos se chamam Mendes e Menezes. Não fora o beliscão que acabei de dar a mim próprio e pensaria estar a acordar de um pesadelo.
24.9.07
Para pensar
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Um homem rico tinha um administrador que foi denunciado por andar a desperdiçar os seus bens. Mandou chamá-lo e disse-lhe: ‘Que é isto que ouço dizer de ti? Presta contas da tua administração, porque já não podes continuar a administrar’. O administrador disse consigo: ‘Que hei-de fazer, agora que o meu senhor me vai tirar a administração? Para cavar não tenho força, de mendigar tenho vergonha. Já sei o que hei-de fazer, para que, ao ser despedido da administração, alguém me receba em sua casa’. Mandou chamar um por um os devedores do seu senhor e disse ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu senhor?’. Ele respondeu: ‘Cem talhas de azeite’. O administrador disse-lhe: ‘Toma a tua conta: senta-te depressa e escreve cinquenta’. A seguir disse a outro: ‘E tu quanto deves?’ Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. Disse-lhe o administrador: ‘Toma a tua conta e escreve oitenta’. E o senhor elogiou o administrador desonesto, por ter procedido com esperteza. De facto, os filhos deste mundo são mais espertos do que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes. Ora Eu digo-vos: Arranjai amigos com o vil dinheiro, para que, quando este vier a faltar, eles vos recebam nas moradas eternas. Quem é fiel nas coisas pequenas, também é injusto nas grandes. Se não fostes fiéis no que se refere ao vil dinheiro, quem vos confiará o verdadeiro bem? E se não fostes fiéis no bem alheio, quem vos entregará o que é vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque, ou não gosta de um deles e estima o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro».”.Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas, 16,1-13».”
Four ages of life
21.9.07
A Prova
19.9.07
Esperemos que de alegria!
Tristeza
18.9.07
Sobre a "nossa" hipocrisia
"Portugal teve mais orgulho em quinze pessoas que nunca foram apoiadas do que em toda uma indústria subsidiada (e, já agora, falida) que é o futebol.Ricardo CostaDevo ser dos poucos portugueses que não ficou espantado com as imagens dos jogadores da selecção nacional de râguebi a cantar o hino nacional. Conheço o jogo, tenho filhos que praticam este desporto e sei que toda a actividade do râguebi português gira em torno de boa-vontade, empenho, dedicação e sacrifício. Há ainda características próprias do jogo, que o distinguem de muitos outros, e que fazem de cada partida um “tudo ou nada” em que o colectivo pura e simplesmente apaga a mais ténue vontade de individualismo e fica à vista de todos.
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"Desde este lugar sem história,
até um lugar na história,
vão apenas dois minutos,
no elevador da Glória"
Rádio Macau – “O Elevador da Glória”
13.9.07
De vergonha
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P.S. Noto ainda a falta de memória de alguns, que há uns anos atrás gritavam pelo povo oprimido de Timor e se insurgiam com a falta de apoio de alguns países. Agora, curiosamente, já estão do lado dos opressores.
De selecção
Sem tirar o mérito do que já fez, e que é muito, a campanha de apuramento tem feito por desafiar o português mais paciente a resistir a impulsos homicidas contra Scolari. E porque será? Talvez por insistir doentiamente em jogadores fora de forma e com tanta vontade de correr como eu tenho de ler livros do Saramago. Talvez por acreditar numa bailarina de cabelo comprido que no meio do esforço e do tempo perdido a ajeitar o penteado se esquece de fazer aquilo que lhe é pedido, ou seja, marcar golos. Talvez por continuar com um suposto mágico que se esqueceu dos truques em casa e se passeia no campo como a placidez de um nova-iorquino ao Sábado em Central Park. Talvez por se esquecer no banco de jogadores que têm o hábito de correr e, imagine-se, em alguns casos, de resolver jogos. Talvez por achar que defender é sempre o melhor caminho, mesmo quando a coisa corre mal em vezes consecutivas. Talvez por comandar uma equipa cujo futebol entusiasma tanto os adeptos como a selecção de Malta do anos oitenta – porque agora até já evoluíram – apesar da mesma ser formada por um conjunto de jogadores cujo ordenado somado daria para sustentar umas mil famílias de classe média portuguesa. Enfim, por estes e muito mais motivos hoje até me apetecia esmurrar Scolari, até porque os meus raros instintos violentos são sempre com pessoas com uma característica que abunda em Scolari: a arrogância.
11.9.07
10.9.07
Man of the Match
Vasco Uva
Capitão da Selecção Portuguesa de Rugby e eleito o melhor em campo no jogo de hoje contra a Escócia.
6.9.07
Luciano Pavarotti
3.9.07
Resmungo
29.8.07
Corra a ver
Ratatouille é simplesmente delicioso, visualmente deslumbrante e muito, muito, mas mesmo muito divertido. Conselho de amigo, vá à sessão das sete para depois correr para casa cozinhar algo de excêntrico ou, opção igualmente válida, reserve mesa e corra para um óptimo restaurante sonhando que na cozinha estará o pequeno Remy, criando e recriando as melhores das receitas.
28.8.07
Ainda há jornalismo
27.8.07
Verão
Destaque
23.8.07
Regresso
21.8.07
Eco III
Eco II
Eco I
20.8.07
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9.8.07
Momento intelectual em férias
7.8.07
Férias
3.8.07
A frase mais proferida no Ministério da Cultura.
A senhora da (in)cultura
1.8.07
Época tola
Elogio da mediocridade
O anúncio da demissão da directora do Museu Nacional de Arte Antiga é mais um passo no irreversível caminho para a mediocridade que este país insiste em trilhar. No espaço de pouco tempo o país, o Estado, deu-se ao luxo de dispensar três pessoas que se destacaram nas suas áreas muito para além da simples competência. Paulo Pinnamonti foi afastado compulsivamente do Teatro Nacional de S. Carlos por ter ousado conseguir, supremo ultraje, temporadas de uma qualidade de que não havia memória. Paulo Macedo foi afastado das Finanças por, desprezível insulto, conseguir arrecadar dinheiro impensável dos impostos.
Agora é a vez de Dalila Rodrigues, que estava a conseguir o prodígio de des-mumificar um museu parado no tempo alguns séculos atrás. Ela que resgatou os painéis de S. Vicente de uma sala recôndita e secreta, por certo para exclusivo usofruto dos trabalhadores do museu, para o topo nobre da escadaria. Ela que ousou juntar números inauditos de pessoas em conferências no museu. Ela que sempre estava em busca de novos públicos e quase duplicou o número de visitantes. Ela que estava a ousar conseguir belíssimas exposições periódicas, como a d’ “O Tapete Oriental em Portugal” que ainda ontem inaugurou. Ela que conseguiu importantes mecenatos que só não eram maiores por falta de autonomia administrativa. Ela que finalmente estava a dar a dignidade merecida ao nosso grande museu de arte. Ela que foi compulsivamente, e sem razão aparente, afastada do cargo directora do MNAA pela mão do Ministério da Cultura, esse antro de incompetência, invejas e mediocridade.
Neste país não compensa ser competente, neste país que ainda foi algo porque noutros tempos ousou ousar, hoje ousar é quase crime, justa causa para um despedimento sem contemplações. Assim vamos, num lindo caminho rumo a um poço sem fundo de miséria, de onde vai ser cada vez mais difícil, senão impossível, sair.
30.7.07
Verão
27.7.07
Ainda a “alegada” licenciatura
25.7.07
Justiça
24.7.07
Por momentos...
20.7.07
A não perder
Ainda a propósito do meu jantar de ontem, falou-se sobre esta música e corri ao You Tube na esperança de a encontrar. Prova superada e aqui está: "Something Stupid" de Frank e Nancy Sinatra, na versão portuguesa "Tu, Só tu" por Simone e Marco Paulo. Um mimo.
19.7.07
O verão anda hesitante por aí
Copyright: Herbert List / Magnum Photos
Aborrecimentos
O dito Quarteto que resolveu reunir-se em Lisboa baralhou a cidade com os esquemas de segurança. Isto de ter de receber gente com a cabeça a prémio, coisas da Presidência Europeia, é uma imensa maçada, pelo que o melhor mesmo é aproveitar os conselhos do Nóbel e passar tudo para os espanhóis, ao menos passam a aborrecer os madrilenos e deixam-nos por aqui em paz.